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Vendas do McDonald’s explodem nos EUA

No ano passado, a maior rede de restaurantes fast-food dos EUA abandonou o tradicional Quarterão (chamado de quarter pounder) com carne congelada, dando lugar ao novo hambúrguer de carne fresca a base de novilho em suas 14.000 unidades presentes no país. Além do Quarterão, também passaram a levar hambúrgueres frescos os sanduíches premium da marca, da linha Signature. 

A ação, que demorou aproximadamente dois anos para chegar efetivamente ao mercado desde as primeiras fases de testes em 2016, levou a um aumento de 30% das vendas no último trimestre, em relação aos últimos 12 meses, nos EUA. Segundo a empresa, esse crescimento explosivo ajudou os hambúrgueres do McDonald’s a ganhar participação de mercado na categoria “comer fora de casa”, pela primeira vez em cinco anos. 

“A mudança para a carne fresca nos hambúrgueres do Quarterão é a mais significativa em nosso sistema de restaurantes e operações desde o All Day Breakfast” – linha de café da manhã lançada em 2015 – afirmou Chris Kempczinski, presidente do McDonald’s nos Estados Unidos, na nota de lançamento em março do ano passado.

Tal mudança faz parte de um plano de crescimento batizado de “Velocidade”, implementado pela rede em 2017, cujos pilares são: “manter, reconquistar e converter”. O objetivo é deixar para trás a imagem de comida de “baixa qualidade”, mantendo os clientes já fiéis e expandindo a sua área de atuação ao conquistar novos clientes e reconquistar os que perdeu. 

O desafio era agradar consumidores cada vez mais preocupados com alimentação saudável, variedade, transparência e qualidade da comida. “Os compradores de hoje querem saber de onde vem sua comida”, comentou Marion Gross, diretora de cadeia de suprimentos da empresa na América do Norte, em entrevista à CNN Business. “Nossos clientes estão mudando em ritmo super rápido e como resultado, tivemos que mudar também”, complementou. 

Para isso, toda a logística da empresa precisou se adaptar. Os fornecedores precisaram de novos equipamentos, mais refrigeradores, entre outras coisas, para garantir que a carne fresca fosse manuseada com segurança. Os caminhões de distribuição, precisaram dos sistemas certos de monitoramento de temperatura para transportar a carne corretamente. Já nas cozinhas do McDonald’s, os funcionários tiveram que implementar novas práticas de segurança alimentar. 

Tudo isso fez com que a mudança fosse feita de forma gradual, uma vez que o hambúrguer de carne fresca é mais frágil e suscetível a contaminação, fazendo com que os resultados despontassem só agora.

O McDonald’s disse que as vendas do novo hambúrguer foram especialmente fortes em maio de 2018, quando foi introduzido pela primeira vez no mercado, graças, em parte, aos esforços de marketing. No entanto, foi apenas em junho deste ano que a empresa incluiu, pela primeira vez, o hambúrguer de carne bovina in natura em seu cardápio com o preço convencional de U$5. Ao discutir os resultados do primeiro trimestre, Kevin Ozan, diretor financeiro do McDonald’s, afirmou que a promoção teve bom desempenho. 

Em entrevista ao site Business Insider, Steve Easterbrook, presidente do McDonald’s, disse que é possível que os outros lanches da marca também passem a levar carne fresca, mas que a empresa ainda está fazendo testes. Para os próximos anos, a empresa também assumiu compromissos para reduzir o uso de antibióticos em sua carne bovina e alterar sua produção de ovos, utilizando animais fora de gaiolas.