A Alemanha obteve, em tempo recorde, a certificação de “livre de febre aftosa sem vacinação” em todo o seu território — incluindo a zona de contenção de 6 km estabelecida em torno do foco do surto detectado em 10 de janeiro de 2025, em uma manada de búfalos-d’água na região de Brandemburgo.
O anúncio foi feito em 15 de abril pelo Ministério da Agricultura da Alemanha e confirmado pela Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês), responsável pela validação do status sanitário dos países no comércio internacional de animais e produtos de origem animal.
Um novo padrão para o setor lácteo global
Segundo o portal canadense The Bullvine, referência no setor leiteiro, a Alemanha já havia obtido, em março, o cobiçado status sanitário — com exceção apenas da zona de contenção. A recuperação ocorreu em menos de 90 dias, um feito notável considerando que o processo costuma levar meses ou até anos.
Para a plataforma, a agilidade alemã estabelece “um novo padrão que os países exportadores de laticínios do mundo todo esperarão para si mesmos em surtos futuros”. O rápido restabelecimento evitou prejuízos bilionários com a exclusão prolongada do mercado internacional, especialmente no caso de países como a China, que importa cerca de 296 mil toneladas anuais de produtos lácteos alemães.
Surtos de febre aftosa voltam a preocupar a Europa
Apesar do sucesso alemão na contenção da doença, a febre aftosa voltou a gerar alertas no continente europeu em 2025. Em março, a Hungria registrou seu primeiro surto em mais de 50 anos, em uma fazenda de gado localizada perto das fronteiras com a Áustria e a Eslováquia. No mesmo período, a Eslováquia também notificou múltiplos surtos em fazendas situadas em áreas limítrofes.
Como medida de precaução, a Áustria — que não foi afetada — optou por fechar temporariamente duas dezenas de passagens de fronteira com os países vizinhos.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pelo Portal DBO