O molho barbecue, tradicional dos Estados Unidos — mais especificamente do sul do país —, vem ganhando cada vez mais espaço nas mesas brasileiras. A diversidade de marcas nas prateleiras dos supermercados confirma essa tendência. E para ajudar quem busca o melhor sabor, realizamos uma avaliação às cegas de 14 opções disponíveis no mercado.
O que torna o Molho Barbecue tão especial?
Segundo o chef Rodrigo Rizzo (@roo_rizzo), do Caledônia (@caledoniabar), a principal característica do barbecue é seu dulçor, fruto de uma combinação de mel, açúcar, tomates, elementos defumados e especiarias. Ele se mostra um ingrediente versátil, ideal para carne suína, frango, sanduíches, onion rings, batatas fritas — e até vegetais como cenoura e cebola.
O chef também defende o uso do barbecue com peixes grelhados, destacando a sinergia entre o defumado do molho e a leveza dos pescados.
Outro ponto de destaque é a consistência: molhos mais líquidos são indicados para o preparo de carnes no forno, enquanto versões mais densas são ideais para sanduíches e petiscos.
Os desafios de avaliar o Molho Barbecue
A falta de um padrão oficial para o barbecue, uma receita originalmente americana, torna a avaliação um desafio. Como explica o chef Thiago Koch (@bullguer, do Bullguer), o critério foi buscar o equilíbrio entre dulçor, acidez e defumação.
O chef Benê de Souza (@beunego, do Z Deli) complementa: “É um molho à base de tomates que precisa de equilíbrio entre acidez, dulçor e o toque defumado”.
Para Koch, a referência ideal é o barbecue do lendário restaurante Peter Luger, em Nova York, conhecido pela textura densa e sabor complexo.
A Importância da Pimenta e da Naturalidade
Entre os especialistas, a presença da pimenta foi bem avaliada por muitos, como destaca o chef Fabio Lazzarini (@cheffabiolazzarini, do Varanda Dinner). Para ele, a picância agrega profundidade de sabor.
Já o chef Fred Caffarena (@fredcaffarena, do Make Hommus, Not War) ressalta a versatilidade do molho, que combina com carnes de caça, pato, frutos do mar e, claro, cortes clássicos como asinhas de frango e costelinhas de porco.
Por fim, o chef Helder Justo (@chefhelderjusto) enfatiza que um bom barbecue deve ser o mais natural possível, evitando sabores artificiais.
O Teste: 14 Marcas Avaliadas às Cegas
O teste foi realizado na hamburgueria Bullguer, na Vila Madalena (SP), com seis jurados especializados. O excesso de dulçor ou de acidez foram as principais críticas. Confira os destaques:
Top 3: As Melhores Avaliadas
- Heinz (Selo Ouro)
Um molho bonito e equilibrado, com sabor frutado, acidez na medida e toque de especiarias. Considerado o padrão ideal (R$ 25,49, 397g). - Made for Meat (Selo Prata)
Picante na medida certa, ideal para quem busca um molho marcante. Um leve excesso de alho foi a única ressalva (R$ 30,90, 235ml). - Hellmann’s (Selo Bronze)
Textura agradável e aroma equilibrado, com acidez controlada e boa presença de defumado (R$ 18,70, 400g).
As 14 Marcas Avaliadas (em Ordem Alfabética)
- Bombay: Boa presença de especiarias, ideal para carnes glaceadas.
- Budweiser: Excesso de dulçor e sabor opaco.
- Cepêra: Textura boa, mas excesso de vinagre e defumado artificial.
- Heinz: Selo Ouro — equilibrado e saboroso.
- Hellmann’s: Selo Bronze — textura e equilíbrio notáveis.
- Hemmer: Excesso de alho e textura rala.
- Junior: Dulçor excessivo e falta de defumado.
- Kühne: Textura gelatinosa, mais próximo de catchup.
- Made for Meat: Selo Prata — picância equilibrada.
- Qualitá: Acidez em excesso e falta de complexidade.
- Quero: Acidez e dulçor desequilibrados.
- Salsaretti: Bom uso de especiarias, mas acidez alta.
- Strumpf: Boa textura e defumado, leve amargor final.
- Stubb’s: Excesso de vinagre e pimenta, decepcionante.
Nota: Todos os produtos foram comprados anonimamente, garantindo isenção no processo de avaliação.
Fontes de preços: levantamento realizado na primeira semana de abril de 2025.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame