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Monster Beverage sente os efeitos da inflação em receita trimestral

A Monster Beverage registrou uma queda inesperada na receita do primeiro trimestre de 2025, refletindo um cenário econômico desafiador nos Estados Unidos. O recuo evidencia uma mudança no comportamento do consumidor, que tem reduzido os gastos com bebidas energéticas de valor mais elevado diante da inflação persistente e da incerteza econômica.

O início do ano foi marcado por um janeiro mais frio que o habitual e um fevereiro de inflação elevada, fatores que contribuíram para um consumo mais contido. Além disso, a empresa apontou que alterações nos padrões de pedidos de seus engarrafadores e distribuidores, tanto nos EUA quanto na Europa, também afetaram negativamente o desempenho. A variação cambial foi outro ponto que pesou nos resultados do período.

Apesar de contar com mecanismos para mitigar os aumentos nos preços do alumínio — matéria-prima essencial para suas embalagens —, a empresa reconheceu os efeitos das tarifas aplicadas às importações do metal. No Centro-Oeste dos EUA, o prêmio de alumínio, já acrescido de impostos, disparou mais de 70% no primeiro trimestre.

Como parte da estratégia para reduzir o impacto desses custos, uma das subsidiárias da Monster, voltada à produção de sabores e concentrados, anunciou planos para abrir uma unidade no Brasil. A expectativa é que a operação comece no próximo ano.

Desempenho abaixo do esperado

Segundo executivos da Monster, as tarifas sobre o alumínio não devem comprometer significativamente os resultados globais da companhia. Ainda assim, a gigante Coca-Cola, que possui uma fatia da Monster, alertou recentemente que o cenário macroeconômico instável pode afetar a confiança dos consumidores, mesmo com a superação de metas trimestrais.

O segmento de bebidas energéticas da Monster, que inclui marcas como Reign Total Body Fuel, viu suas vendas líquidas caírem 0,8%, totalizando US$ 1,72 bilhão. Já a receita líquida total recuou 2,3%, para US$ 1,85 bilhão, bem abaixo da expectativa de crescimento de 4,3% projetada por analistas.

Outro fator que impactou os números da empresa foi o desempenho fraco do segmento de bebidas alcoólicas, que continua sendo um desafio para a marca com sede na Califórnia.

Apesar disso, a Monster conseguiu ampliar sua margem de lucro bruto, passando de 54,1% para 56,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada por aumentos de preços implementados em 2024. O lucro ajustado por ação ficou em 45 centavos, um pouco abaixo da previsão de 46 centavos feita por analistas.


Fonte: ESM Magazine

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