A Camil Alimentos encerrou o quarto trimestre fiscal de 2024, finalizado em fevereiro, com prejuízo líquido de R$ 24,6 milhões. O resultado contrasta com o lucro de R$ 106,6 milhões obtido no mesmo período do ano anterior, refletindo desafios no mercado doméstico.
Apesar do trimestre negativo, a companhia fechou o ano com lucro líquido de R$ 217 milhões — uma queda de 39,8% em relação ao exercício anterior. O desempenho foi afetado, principalmente, por menores volumes e margens no Brasil. Ainda assim, a empresa conseguiu mitigar parte das perdas com resultados positivos no mercado internacional.
O Ebitda trimestral (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve retração de 23,6%, somando R$ 193,9 milhões, frente aos R$ 253,8 milhões do ano anterior. A margem Ebitda caiu três pontos percentuais, ficando em 6,5%. No acumulado do ano, o Ebitda recuou 0,7%, totalizando R$ 907,3 milhões, com margem de 7,4%.
Em contrapartida, a receita líquida da empresa cresceu 11,7% no trimestre, alcançando R$ 3 bilhões. No ano, o avanço foi de 8,9%, totalizando R$ 14,12 bilhões — sinalizando resiliência comercial mesmo diante de pressões de custos e consumo.
Segundo os executivos Luciano Quartiero (CEO) e Flavio Vargas (CFO), “o desempenho foi impactado principalmente pelo cenário interno, mas contou com sólida rentabilidade no segmento internacional”. Eles destacam ainda que, “em um momento de ambiente econômico desafiador no Brasil, a plataforma diversificada na América Latina tem garantido resultados consistentes no exterior”.
O volume total de vendas da Camil cresceu 5,3% no trimestre, puxado por um aumento de 1% nos itens de alto giro no Brasil — como arroz, feijão, café e açúcar. Os grãos foram o destaque, embora o volume de açúcar tenha caído. Já as categorias de maior valor agregado (biscoitos e massas) apresentaram alta de 17,7% nas vendas, com crescimento em todas as frentes. No mercado internacional, o volume cresceu 10,1%, impulsionado principalmente pelas exportações no Uruguai.
A alavancagem financeira da empresa também subiu ligeiramente, com a relação entre dívida líquida e Ebitda chegando a 3,0 vezes, ante 2,9 vezes no mesmo período do ano fiscal anterior.