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Ramadã dispara vendas de frangos brasileiros

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O Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos e que corresponde ao nono mês do calendário islâmico, está provocando impactos significativos no comércio internacional de alimentos e bebidas. De acordo com uma matéria publicada pela UOL, o período de jejum ritual — que em 2025 começou no dia 28 de fevereiro — influenciou diretamente nas movimentações comerciais entre o Brasil e os países árabes.

Dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira apontam que, durante o primeiro trimestre do ano, o setor de alimentos e bebidas registrou queda de 12,29%, com uma movimentação de US$ 4,98 bilhões. O secretário-geral da entidade, Mohamad Mourad, explica que essa retração é resultado de um comportamento tradicional observado nos países árabes durante o Ramadã: “É comum observar antes do Ramadã um movimento de importadores e consumidores de formar estoques. Isso porque, durante o mês sagrado, o costume da maioria das famílias é jejuar durante o dia, comer à noite e sair de casa só para o estritamente necessário”.

Segundo Mourad, essa dinâmica é visível nas estatísticas de exportação: há um pico de vendas cerca de cinco meses antes do início do Ramadã, um recuo durante o mês sagrado e, em seguida, uma retomada à normalidade. A expectativa da entidade é que os embarques se recuperem nos próximos meses, permitindo uma avaliação mais precisa da demanda dos mercados árabes.

Frango brasileiro segue em alta nos países árabes

Apesar da queda geral nas exportações do setor, a carne de frango brasileira teve desempenho positivo e acelerado nos países árabes desde 2024. Apenas no primeiro trimestre de 2025, as vendas cresceram 9,95%, totalizando US$ 936,29 milhões. Os maiores compradores foram:

  • Arábia Saudita: US$ 256,94 milhões
  • Emirados Árabes Unidos: US$ 224,50 milhões
  • Iraque: US$ 98,76 milhões

Além do aumento no valor exportado, o preço da tonelada de frango também avançou nesses mercados. Na Arábia Saudita, o aumento foi de 19,47%; nos Emirados Árabes Unidos, 3,44%; e no Iraque, 2,55%.

No total, os 22 países árabes do Oriente Médio e do norte da África adquiriram 3,30% mais carne de frango brasileira, somando 453,59 mil toneladas. Mesmo com quedas em alguns mercados, o crescimento em outros manteve os volumes estáveis.

Exportações de carne bovina têm queda, mas Argélia surpreende

Em contrapartida, as exportações de carne bovina e derivados registraram queda de 12%, com movimentação de US$ 391,78 milhões no período. Um destaque positivo foi a Argélia, que aumentou suas compras em 105,79%, somando US$ 113,93 milhões e se consolidando como o principal destino da carne bovina brasileira neste início de ano.

Em seguida, aparecem Arábia Saudita (US$ 64,58 milhões) e Egito (US$ 54,08 milhões), com demanda consistente, apesar da tendência geral de retração.

Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela UOL

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