Anvisa exige que bebidas lácteas informem que não são iogurte

A partir de uma nova regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as marcas de bebidas lácteas no Brasil terão que informar, de forma explícita no rótulo, que esses produtos “não são iogurte”. A decisão tem como objetivo evitar a confusão frequente entre esses dois tipos de alimentos, que, embora semelhantes na apresentação, possuem composições e processos de fabricação bem diferentes.

O que motivou a mudança?

Pesquisas indicam que muitos consumidores acabam adquirindo bebidas lácteas acreditando que estão levando iogurtes para casa. Essa confusão acontece principalmente porque os dois produtos costumam compartilhar características visuais, como embalagens, sabores e formatos. No entanto, eles são distintos do ponto de vista técnico e nutricional.

Com a nova norma, a Anvisa busca assegurar que o consumidor esteja plenamente informado sobre o que está consumindo, promovendo mais clareza e segurança nas escolhas alimentares.

As principais diferenças entre bebida láctea e iogurte

Para compreender a importância da medida, é fundamental entender as diferenças entre esses produtos:

Iogurte: é um produto obtido exclusivamente a partir da fermentação do leite com culturas específicas de microrganismos — Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. Sua composição é regulada e padronizada para garantir características nutricionais específicas.
Bebida láctea: embora também possa ser fermentada, esse produto admite a adição de outros ingredientes, como amido, aromatizantes, corantes e conservantes. Por conta disso, a bebida láctea apresenta uma formulação mais flexível e não se enquadra na categoria de iogurte segundo as normas sanitárias.

Prazo e impactos para as indústrias

As empresas do setor lácteo terão o prazo de 12 meses para se adequar à nova exigência de rotulagem. O setor recebeu a regulamentação de forma positiva. Diversas associações ligadas à indústria láctea destacaram que a medida trará mais transparência e fortalecerá a confiança do consumidor em relação aos produtos que chegam às prateleiras.

Além disso, a expectativa é de que a norma contribua para uma comunicação mais honesta entre marcas e consumidores, evitando interpretações equivocadas e promovendo escolhas mais conscientes.

Um avanço para o consumidor

A iniciativa representa um avanço importante na proteção dos direitos do consumidor, especialmente em um mercado onde as embalagens e estratégias de marketing podem induzir a confusões. A clareza na rotulagem é um dos pilares para garantir que a população tenha acesso a informações corretas e possa fazer escolhas alinhadas às suas necessidades nutricionais e preferências.