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Bares e restaurantes temem obrigatoriedade de visto americano

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A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) alerta para os possíveis impactos negativos ao Turismo brasileiro caso o governo federal confirme o retorno da exigência de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. A medida, que pode ser oficializada nesta quinta-feira (10), é uma resposta ao aumento de tarifas imposto recentemente pelo governo norte-americano, liderado por Donald Trump.

Desde 2019, turistas desses países não precisam mais de visto para entrar no Brasil, graças a um decreto presidencial editado durante o governo de Jair Bolsonaro. A decisão, unilateral, beneficiou diversos segmentos da economia, especialmente o Turismo, ao facilitar a entrada de visitantes estrangeiros no país. Atualmente, brasileiros ainda precisam solicitar visto para entrar nos Estados Unidos, o que reforça a assimetria na política migratória entre as duas nações.

Segundo Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, a tentativa de retaliação pode acabar penalizando o próprio Brasil. A medida tende a reduzir o fluxo de turistas estrangeiros, prejudicando diretamente os setores de hotelaria, alimentação fora do lar, entretenimento e lazer. “Com a exigência do visto, vamos perder turistas para países vizinhos que não impõem essa condição, como Colômbia, Chile, Peru, Costa Rica, Argentina e México. Isso afetará o faturamento do trade turístico como um todo e as estratégias de promoção internacional da Embratur”, afirma.

O novo visto, caso volte a ser exigido, deverá ser solicitado online mediante pagamento de US$ 80,90. A autorização será válida para estadias de até 90 dias. A comparação com outros destinos da América Latina e do mundo deixa evidente a desvantagem brasileira: enquanto o Brasil recebe cerca de 7 milhões de turistas por ano, o México ultrapassa a marca de 20 milhões, e países como França e Estados Unidos registram números ainda mais expressivos, com 100 milhões e 70 milhões de visitantes, respectivamente.

Para Pinto, a política de reciprocidade deve considerar o cenário político internacional e os interesses estratégicos do país. “É preciso ter uma análise aprofundada, para que o Turismo — que já enfrenta diversos desafios — não seja novamente penalizado. Misturar tarifas comerciais com exigência de vistos é uma decisão precipitada e prejudicial”, conclui.

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