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Aiqfome: A trajetória da startup de delivery da Magalu

O ano era 2007. Na cidade de Maringá, no Paraná, a mais de 420 km da capital Curitiba, Steph Gomides e Igor Remigio fundaram um site de pedidos de delivery. Na época, a única forma de pedir comida era pelo telefone. Assim nascia o Aiqfome. Avançando para 2025, a plataforma já opera em mais de 700 cidades do interior do Brasil, espalhadas por 22 estados. São 2 milhões de pedidos mensais, 30 mil lojas parceiras, 1,5 mil entregadores cadastrados e cerca de 300 licenciados.

A expansão foi possível graças ao modelo de microfranquias, que descentralizou as operações ao dar protagonismo a empreendedores locais. A transição para o mobile em 2014 também impulsionou o crescimento. Em 2020, o Aiqfome foi adquirido pelo Grupo Magalu, conglomerado responsável por marcas como Magazine Luiza, Netshoes e Kabum, e os resultados foram impressionantes: o faturamento saltou de R$ 77 milhões em 2019 para R$ 600 milhões em 2020. Para 2024, a receita estimada é de R$ 2,3 bilhões, quase o dobro do ano anterior.

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Uma estratégia hiperlocal vencedora

Enquanto o iFood domina as capitais com mais de 80% do market share e presença em 1,7 mil cidades, o Aiqfome consolidou sua posição no interior, focando em municípios com população entre 15 mil e 400 mil habitantes. Essa estratégia exigiu parcerias sólidas com empreendedores locais, como explica Igor Remigio, CEO e cofundador: “É muito mais complexo tracionar um negócio em cidades menores, mas foi possível graças aos parceiros regionais.”

O ponto de virada veio em 2012, com a criação do modelo de microfranquias. O sistema permitiu que franqueados cuidassem das operações em suas regiões, garantindo eficiência e conexão com os consumidores locais.

A aquisição pelo Magalu e novos horizontes

Antes mesmo do modelo de microfranquias, o Aiqfome já havia atraído o interesse de grandes players. Entre 2013 e 2018, o iFood fez diversas propostas de aquisição, mas as negociações não avançaram por divergências estratégicas. A parceria com o Magalu, fechada em 2020, respeitou o DNA de hiperlocalidade do Aiqfome, além de ampliar a oferta de serviços, como entrega de medicamentos e compras de mercado.

Entre 2020 e 2023, os pedidos na plataforma cresceram 53%, impulsionados pela sinergia com o superaplicativo Magalu. Agora, o Aiqfome planeja expandir para capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentando a concorrência já estabelecida com estratégias de preços mais atrativos e taxas reduzidas para lojistas.

O futuro do Aiqfome

Apesar da forte concorrência, o Aiqfome se destaca como a segunda maior plataforma de delivery do Brasil, atrás apenas do iFood e à frente da colombiana Rappi. A meta para os próximos dois anos é ambiciosa: alcançar mil cidades e, posteriormente, expandir para os grandes centros urbanos.

Para o Grupo Magalu, a vertical de delivery é essencial na estratégia de consolidar o superapp e diversificar receitas. O Aiqfome, por sua vez, segue com fome de crescimento, pronto para conquistar tanto o interior quanto as capitais brasileiras.

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Texto adaptado para o Portal Foodbiz a partir de informações publicadas por Istoé.