A tradição das massas sempre esteve presente na rotina da família Benini, de origem italiana. Inspirados por essa herança, os irmãos Gabriel e Thiago Bueno, com o apoio da mãe, Tânia Benini, transformaram a paixão familiar em empreendimento. Em 2012, nascia a Benini Massas, inicialmente com uma produção artesanal realizada na cozinha de casa, a partir das receitas transmitidas pelas tataravós e bisavós.
Com um investimento modesto de aproximadamente R$ 5 mil — utilizado na compra de um cilindro de massas e de um computador — os irmãos começaram oferecendo talharim para amigos e familiares. O sucesso foi tanto que rapidamente precisaram ampliar a operação: “Começamos como microempresa, mas as coisas foram crescendo. Chegamos a um ponto em que tínhamos, de domingo a domingo, a qualquer hora do dia, clientes entrando e saindo da nossa casa. Tínhamos mais de 10 freezers na sala de estar”, relatou Gabriel Bueno à revista PEGN.
Em 2017, a empresa deu um passo importante ao abrir sua primeira loja física na cidade de Taubaté (SP). No local, passaram a comercializar massas congeladas e prontas para consumo, além de molhos, frios e vinhos. O negócio também expandiu sua atuação para o mercado B2B, fornecendo produtos a restaurantes, empórios e mercados na região do Vale do Paraíba, localizada entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Hoje, a Benini Massas oferece mais de 50 formatos e 100 tipos de recheios, que variam das tradicionais combinações, como quatro queijos, até opções sofisticadas, como costela, muçarela de búfala com raspas de limão siciliano, queijo brie com damasco e nozes, e parma com brie. Um dos diferenciais da marca é manter a fidelidade às receitas originais: “Desde o início, sempre prezamos por manter a receita original, que é a mesma até hoje, garantindo o sabor autêntico e a qualidade que fideliza os clientes. Não utilizamos corantes, conservantes ou qualquer aditivo industrial, somente ingredientes frescos e selecionados, o que faz com que nossas massas tenham um sabor mais puro e natural”, afirmou Gabriel.
A produção segue artesanal, com uma equipe de quatro colaboradores dedicada às atividades manuais, desde o preparo até o corte das massas. “As únicas máquinas que temos são um cilindro, para produção em larga escala e afinar a massa, e uma batedeira para a mistura”, explicou o fundador. Atualmente, a Benini Massas produz cerca de 1,5 tonelada de massa por mês.
Para manter o ritmo de crescimento, a empresa aposta em três estratégias para este ano: ampliar os serviços na loja física, expandir a distribuição B2B e entrar no mercado internacional.
No espaço de Taubaté, foram instaladas recentemente cinco mesas para consumo local, proporcionando aos clientes uma experiência mais completa. “Atender também como restaurante vai permitir uma experiência mais completa que pode aproximar ainda mais o público do nosso produto”, destacou Gabriel, que estima receber de 300 a 400 pessoas por mês nessa nova operação.
Além disso, a marca está em processo de negociação com empórios e mercados “premium” de cidades próximas, com a expectativa de iniciar as vendas na capital paulista ainda este ano. A proposta é levar a tradição artesanal das massas Benini para além do Vale do Paraíba, alinhando-se a pontos de venda que valorizam produtos diferenciados e de alta qualidade.
Outro movimento importante da empresa é a internacionalização. Gabriel Bueno está de mudança para Orlando, nos Estados Unidos, onde iniciará uma nova operação com produção local. Segundo ele, fabricar as massas diretamente no mercado americano permitirá reduzir significativamente os custos: enquanto exportar do Brasil geraria um custo médio de US$ 18 por unidade, a produção nos EUA ficará entre US$ 4 e US$ 5.
A previsão é que as vendas nos Estados Unidos comecem ainda no final deste ano, com a meta de alcançar um faturamento mensal de US$ 15 mil até o fim de 2026. Em 2024, a Benini Massas faturou R$ 800 mil e, com as novas iniciativas, projeta ultrapassar a marca de R$ 1 milhão em 2025.
A trajetória da Benini Massas ilustra como tradição, qualidade e estratégia podem impulsionar negócios artesanais a conquistar novos mercados. A matéria completa pode ser conferida na Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN).