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Fhoresp lidera movimento contra o monopólio do iFood

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A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) iniciou uma campanha para incentivar o setor de alimentação fora do lar a deixar de utilizar os serviços do iFood, plataforma que atualmente detém cerca de 90% do mercado de entregas no Brasil.

Críticas à atuação do iFood

Segundo a entidade, o modelo praticado pelo iFood tem sido prejudicial aos empresários, sobretudo pelas altas taxas cobradas e pela falta de critérios rigorosos no credenciamento de restaurantes. A federação aponta ainda problemas como a ausência de exigência de alvarás de funcionamento e sanitário, falhas na gestão de fraudes e o não compartilhamento da base de clientes com os estabelecimentos parceiros.

“Ao longo dos anos, buscamos negociar com a empresa, mas ela se mostrou inflexível. As taxas são tão elevadas que, muitas vezes, os restaurantes trabalham para sustentar a plataforma”, afirma o diretor executivo da Fhoresp.

Novos players, novas oportunidades

A movimentação ocorre em um momento de mudanças no setor. Em 5 de maio de 2025, a Rappi anunciou a isenção de tarifas para novos e atuais parceiros pelos próximos três anos. A 99Food, por sua vez, confirmou seu retorno ao mercado de delivery em abril, também com isenção de taxas, válida por dois anos para estabelecimentos cadastrados.

A Fhoresp vê nessas iniciativas uma oportunidade estratégica para os empresários migrarem para outras plataformas. Com o fim da exclusividade imposta pelo monopólio, é possível buscar relações mais equilibradas e vantajosas, nas quais o lucro do restaurante não seja comprometido pelas comissões cobradas.

“Com mais opções no mercado, o empresário pode escolher plataformas que realmente contribuam para a sustentabilidade do negócio”, destaca a entidade.


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Preocupações com a saúde pública

Outro ponto sensível abordado pela Fhoresp é a ausência de exigências sanitárias por parte do iFood. A entidade solicitou que a plataforma passasse a exigir alvará de funcionamento ou documento expedido pela Vigilância Sanitária como condição para o credenciamento, mas o pedido foi recusado.

Segundo a federação, essa lacuna representa risco à saúde pública, pois impede o controle sobre a procedência, o armazenamento e a manipulação dos alimentos vendidos aos consumidores.

Valorização dos entregadores

Em meio à disputa entre as plataformas, a Fhoresp também manifestou apoio à paralisação nacional dos entregadores, realizada em 31 de março, que reivindicava melhores condições de trabalho e aumento na remuneração das entregas.

“A discussão sobre o modelo de negócios dessas plataformas não pode excluir quem está na linha de frente. Sem quem prepara e sem quem entrega, não existe delivery. É hora de repensar essa lógica com mais respeito aos profissionais do setor”, conclui a diretoria da Fhoresp.

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