Enquanto no cenário nacional as mulheres ocupam apenas 32% dos cargos de gerência – apesar de representarem quase metade (45%) da força de trabalho do país -, no setor de alimentação elas vêm conquistando cada vez mais espaço. No Grupo Engenho, conglomerado nortista que possui um centro de distribuição e sete restaurantes em Manaus e Belém, que atendem mais de 70 mil pessoas por mês, elas já são a maioria dos profissionais em cargos de chefia.
As mulheres ocupam 53% dos cargos de chefia nos restaurantes do Grupo, onde respondem por 62% do total de colaboradores. Índice bem maior do que a média nacional que, segundo a pesquisa IWD Gender Data 2025, realizada pela plataforma Linkedin, pouco evoluiu nos últimos anos: em 2015 elas ocupavam 29% dos cargos de gerência no Brasil e, em 2024, essa participação foi de 32%. A pesquisa alerta que, no ritmo atual, o Brasil levará 53 anos para atingir um nível adequado de equidade de gênero no mercado de trabalho.
No setor de alimentos, no entanto, esse cenário já vem mudando. O “Estudo sobre o setor de Bares e Restaurantes no Brasil – Diagnósticos e Iniciativas”, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), revelou que as mulheres representam 49% da força de trabalho formal do segmento e respondem por 38% dos empreendimentos de alimentação. Empresas como as do Grupo Engenho, onde elas já são a maioria nos cargos de gerência, comprovam essa tendência.
“No Grupo Engenho nós valorizamos e promovemos a participação ativa das mulheres nos espaços de gestão e de decisão. E não é à toa que elas ocupam a maior parte dos cargos de chefia, em cargos de gerência, coordenação e liderança de equipes. As mulheres são a principal força de trabalho dos nossos restaurantes, respondendo por 62% dos colaboradores. Esses números refletem esse potencial feminino que temos no Grupo”, disse Rogério Perdiz, sócio-diretor do Grupo Engenho.
Uma dessas mulheres é a Chef Marie Melo, supervisora técnica das sete unidades do Grupo Engenho – restaurante Terra & Mar, peixaria Sagrado Peixe, O Boteco do Sumaúma Park Shopping e Amazonas Shopping e três restaurantes Engenho Cozinha Brasileira, no Manauara Shopping e Shopping Ponta Negra, em Manaus, e em Belém.
Marie entrou no Grupo em 2019, como chef de cozinha júnior e hoje é a responsável por supervisionar as operações de todos os restaurantes, liderando um time de 14 chefs – nove deles homens. Dela, dependem os padrões de qualidade e excelência de um grupo que atende a mais de 70 mil clientes por mês, e a responsabilidade dela vai muito além dos critérios técnicos. Envolve gestão de indicadores e custos, de pessoas e processos, planejamento e inovação. E, claro, liderança, que ela aprendeu na prática e na teoria ao longo de seis anos de trabalho – aprendizados que ela procura passar adiante.
“Sempre participei de formações práticas e, hoje, contribuo com a formação de novas lideranças. O fato de termos mais mulheres em posições de chefia é resultado de uma cultura que acredita e investe na gente. Tenho certeza de que podemos seguir crescendo juntas e impulsionando ainda mais mulheres dentro da gastronomia. As três chefs juniores que hoje estão comigo são a prova viva disso: vieram da operação e estão crescendo comigo nessa jornada”, contou Marie.
Mônica Fagundes é outra mulher por trás da “ocupação feminina” nos cargos de chefia. Como gerente administrativa e financeira do Grupo Engenho, ela tem responsabilidade sobre quase todos os setores administrativos, uma rotina que demanda atributos como estratégia, visão sistêmica, liderança e disciplina operacional. Além disso, ela lidera diretamente uma equipe de 16 pessoas, sendo 13 mulheres e três homens.
Para ela, ocupar um cargo de chefia em uma empresa onde as mulheres são maioria, inclusive nos postos de liderança, é inspirador e motivo de orgulho. “É muito gratificante fazer parte de um Grupo onde as mulheres não só têm espaço, mas ocupam com destaque posições de liderança. Em um país onde ainda enfrentamos tantas barreiras para a igualdade, ver esse reconhecimento emociona e inspira. Mostra que o talento é valorizado de verdade e que estamos construindo, juntos, um ambiente onde todos têm a chance de crescer e liderar com propósito. Isso me enche de orgulho”, disse.
Formação contínua de lideranças
A pesquisa IWD Gender Data 2025 também destaca a relevância de iniciativas que estimulem a diversidade em todos os setores, principalmente nos espaços de gerência, para promover a equidade de gênero no mundo corporativo. O estudo alerta para a importância de programas de mentoria, aprendizado contínuo e formação de lideranças – especialmente as femininas – dentro das empresas, iniciativa que o Grupo Engenho vem adotando em todas as suas unidades de negócios. Um exemplo é o ‘LiderAção – liderando a serviço da transformação’, um programa robusto de desenvolvimento de lideranças que, ao longo de um ano, vai capacitar todos os líderes das empresas do Grupo, de diferentes áreas e níveis de gestão – inclusive as mulheres, abordando temas como inteligência emocional, relacionamento interpessoal, assédio e saúde mental.
Com treinamentos técnicos e comportamentais, dinâmicas em grupo, oficinas práticas, palestras, debates e momentos de reflexão sobre propósito, cultura e liderança transformadora, a iniciativa tem como objetivo cultivar uma cultura de aprendizado contínuo por meio da formação, da escuta ativa e do fortalecimento da excelência operacional e humana.
“Queremos, com isso, contribuir para a construção de relações mais sólidas e maduras e gerar valores que vão além da relação comercial. A ideia não é apenas formar gestores, mas empoderar líderes que não só inspiram como cuidam das pessoas e assumem o protagonismo em qualquer cenário”, explicou Sidnei Dutra, sócio-diretor do Grupo Engenho.
Destaque – Números do setor no Brasil
Segundo o “Estudo sobre o setor de Bares e Restaurantes no Brasil – Diagnósticos e Iniciativas”, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor de bares e restaurantes movimentou R$ 416 bilhões em 2023, o que equivale a 3,6% do PIB nacional. Ainda segundo o estudo, para cada R$ 1 mil gastos em bares e restaurantes, R$ 3.650 são injetados na economia em efeitos diretos, indiretos e induzidos. Além disso, o setor emprega diretamente 4,94 milhões de pessoas, o que corresponde a 7,9% do total de empregos formais do Brasil, com uma massa salarial de R$ 107 bilhões.
Fonte: Três Comunicação e Marketing