Com o crescimento do estilo de vida fitness e da busca por uma alimentação mais equilibrada, o mercado de suplementos alimentares tem se expandido rapidamente no Brasil. Em meio a essa tendência, ingredientes até então pouco explorados começaram a ganhar notoriedade, como é o caso do ora-pro-nóbis. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu recentemente um alerta importante: a planta Pereskia aculeata, conhecida popularmente como ora-pro-nóbis, não está autorizada como constituinte de suplementos alimentares no país.
O que diz a nova resolução da Anvisa
A Anvisa publicou uma resolução proibindo a fabricação, comercialização e divulgação publicitária de suplementos alimentares que contenham ora-pro-nóbis. Segundo a agência, esses produtos estão em desacordo com a regulamentação vigente, pois o ingrediente não passou pelos critérios exigidos para sua autorização.
A nota técnica da Anvisa esclarece que qualquer ingrediente utilizado em suplementos precisa passar por uma avaliação rigorosa de segurança e eficácia, comprovando cientificamente que é fonte relevante de nutrientes ou substâncias bioativas para o corpo humano. Essa avaliação deve ser apresentada pelas empresas que desejam utilizar o ingrediente em suas formulações.
Além disso, a agência reforça que suplementos alimentares não devem ser confundidos com medicamentos: eles são destinados a indivíduos saudáveis e têm como função complementar a alimentação com nutrientes, enzimas, probióticos ou outras substâncias bioativas. Não podem, portanto, prometer efeitos terapêuticos como cura, prevenção ou tratamento de doenças.
Ora-pro-nóbis na mídia e no mercado
Nos últimos anos, o ora-pro-nóbis ganhou espaço em programas de televisão e nas redes sociais, sendo promovido como um “superalimento” com supostos benefícios como auxílio no emagrecimento, alívio de dores e controle do colesterol e da glicemia. No entanto, a falta de comprovação científica e a ausência de autorização legal colocam esses produtos em situação irregular.
É importante destacar que a proibição se refere apenas ao uso do ora-pro-nóbis em suplementos alimentares, e não ao consumo da planta in natura como hortaliça. Em contextos culinários, o ora-pro-nóbis continua sendo utilizado tradicionalmente, sobretudo na culinária mineira.
Impactos para o setor de foodservice e varejo
A decisão da Anvisa serve de alerta para empresas do setor de suplementos, varejistas e operadores do foodservice que, porventura, estejam comercializando produtos com ora-pro-nóbis de forma irregular. É fundamental que os fornecedores estejam atentos às normas e que invistam em pesquisa científica e documentação técnica adequada para garantir a segurança do consumidor e o cumprimento das exigências regulatórias.
Para o consumidor, a orientação é clara: desconfie de produtos que prometem benefícios milagrosos e sempre verifique se há registro e aprovação dos ingredientes pela Anvisa.