FoodBiz

PUBLICIDADE

Heineken acelera reflorestamento no Brasil

DIVULGAÇÃO

Antes mesmo de iniciar a produção de suas icônicas garrafinhas verdes no Brasil, a Heineken já investia em reflorestamento no país. Desde 2007, três anos antes de começar suas operações locais, a cervejaria holandesa destinava recursos a projetos de restauração florestal. Agora, quase duas décadas depois, a companhia dá um passo ousado ao transformar essa agenda ambiental em um modelo de negócio com governança própria.

Da filantropia ao negócio verde

A virada de chave veio em 2024 com a criação da Heineken Spin, uma unidade de negócios dedicada a investimentos verdes, que completa um ano no próximo mês. Com um aporte inicial de R$ 150 milhões, a Spin atua em quatro frentes: reflorestamento, energia renovável, reciclagem de vidro e impacto social. A proposta é clara: gerar impacto positivo de forma sustentável financeiramente, sem depender de novos aportes.

Com essa estrutura, o ritmo do reflorestamento foi significativamente ampliado. Entre 2024 e o início de 2026, a previsão é plantar 860 mil árvores — um crescimento de mais de 15% em relação às 730 mil mudas plantadas nos 17 anos anteriores.

Reflorestamento como ativo estratégico

O projeto florestal da Heineken está concentrado em Itu (SP), em uma área de 830 hectares que pertencia à antiga Schincariol. A gestão técnica é feita pela Rizoma Agro, especializada em agricultura orgânica regenerativa. A iniciativa inclui o plantio de árvores nativas e de frutas, como o limão, que possui raízes profundas e contribui para a recarga hídrica do solo.

Além da biodiversidade, os ganhos ambientais são mensuráveis: espera-se que o projeto proporcione 997 milhões de m³ de água em cinco anos e 500 mil toneladas de CO₂ removidas em 25 anos. Em vez de vender créditos de carbono, a companhia incorporará esses dados ao seu balanço global de emissões para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2040.

Sustentabilidade com viabilidade

Segundo Rafael Rizzi, diretor de inovação da Heineken e líder da Spin, o novo modelo parte de indicadores claros de impacto (os KPIs) e constrói o investimento de forma estratégica, invertendo a lógica tradicional da sustentabilidade empresarial. “Impacto não pode ser um saco sem fundo”, diz ele. “A gente fala de impacto, mas também de negócio. Existe uma estratégia com começo, meio e fim”.

A estrutura financeira da Spin prevê que o lucro gerado pelas frentes mais maduras — como energia renovável e marcas de impacto social — compense os custos das frentes em fase de maturação, como o reflorestamento. Em apenas um ano, a unidade já atingiu o breakeven, equilibrando receitas e despesas.

Circularidade e impacto social

Na frente de reciclagem, em parceria com a Ambipar, a Heineken busca reduzir a pegada de carbono das garrafas, combatendo as emissões indiretas (escopo 3), que representam 90% das emissões da empresa globalmente. Já no pilar social, a Spin investiu na Better Drinks, dona de marcas como Praya e Mamba Water, que desenvolvem projetos com comunidades em situação de vulnerabilidade.

A Spin também impulsiona a transição energética ao facilitar o acesso de bares e restaurantes ao mercado livre de energia, em colaboração com Raízen e Ultragaz. A mudança reduz custos e emissões no consumo de energia do setor de foodservice.

Visão de longo prazo

Com ações listadas na Bolsa de Amsterdã e avaliada em US$ 49,3 bilhões, a Heineken tem no Brasil sua maior operação em volume desde 2019. Para Lígia Camargo, diretora de sustentabilidade da companhia, a restauração ecológica é uma estratégia de resiliência hídrica, impacto social e alinhamento com metas climáticas globais, como as da Science Based Targets Initiative (SBTi).

“Se um projeto de impacto parar de pé, já é um golaço”, resume Rizzi. No caso da Spin, esse gol já começou a ser marcado.



Fonte: Capital Reset UOL

Compartilhar