Em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, em 2 de abril, o Instituto Gradual – organização sem fins lucrativos que realiza pesquisas e ações com pessoas neurodiversas, e o Outback Steakhouse – vão se unir para uma ação especial, denominada Autback, que irá promover inclusão e informação. Durante a semana do dia 2, jovens com TEA (Transtorno do Espectro Autista) atuarão no restaurante, recepcionando e atendendo os clientes.
“O objetivo é mostrar que esses jovens podem e devem ser incluídos e respeitados, além de contribuir para a redução do preconceito e a disseminação de informações sobre o autismo”, pontua Claudia Romano, também diretora do Instituto Gradual e professora de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A loja escolhida para realizar o projeto é a do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo. O Instituto Gradual treinou, em conjunto com a equipe do restaurante, os jovens autistas, além de supervisionar o trabalho, o que inclui a distribuição de material de conscientização sobre o autismo para os clientes do restaurante.
“Essa parceria é especialmente importante porque coloca pessoas com TEA em atividades que exigem o contato com o público”, explica Leila Bagaiolo, diretora do Instituto Gradual e professora de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tradicionalmente, os profissionais neurodiversos trabalham em funções mais isoladas, como gestão de banco de dados ou programação”, complementa.
Para Tatiana Tafuri, VP de Gestão de Pessoas do Outback, a ação reforça a importância da verdadeira inclusão, algo que o Outback valoriza muito enquanto marca empregadora, mais de 60% de seus colaboradores com deficiência, são de pessoas com deficiência intelectual. “Vamos mostrar que é possível e necessário darmos espaço para jovens dentro do espectro em todas as esferas da nossa sociedade, de forma bem simbólica e na prática. Vai ser uma oportunidade de trazer mais pessoas para a causa, com toda certeza, e o Outback está muito orgulhoso por participar e também em poder levar mais informação para seus clientes”, finaliza.
Incluir o jovem ou adulto autista no mercado de trabalho continua sendo um desafio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oito em cada dez profissionais brasileiros com autismo (85%) estão desempregados. A raiz do problema está frequentemente ligada ao preconceito e ao estereótipo que se tem da pessoa autista. Dados de 2022 da Association of Graduate Careers Advisory Services (AGCAS) mostram que graduados TEA têm duas vezes mais probabilidade de ficar desempregados após 15 meses do que graduados não deficientes.
