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COP30: por que a transição ecológica deve ser pauta de prosperidade

Divulgação

À medida que o mundo se aproxima da COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), cresce o consenso de que o debate climático precisa ir além dos alertas. A emergência climática exige ação rápida e coordenada — mas também uma mudança de narrativa. É hora de adotar uma nova bússola: a das soluções, da inovação e da prosperidade inclusiva.

A pauta ambiental não pode mais estar dissociada dos desejos cotidianos da sociedade. Falar de sustentabilidade é, também, falar de emprego, renda, empreendedorismo e qualidade de vida. E é justamente por isso que as oportunidades verdes devem estar no centro da COP30. Elas mostram que descarbonizar o planeta pode — e deve — ser um caminho para desenvolver economicamente as nações, em especial o Brasil.

O Brasil como protagonista da economia verde

Com sua biodiversidade, matriz energética limpa e força no agronegócio e na bioeconomia, o Brasil está estrategicamente posicionado para liderar uma transformação ecológica com impacto econômico, social e ambiental. Um estudo recente estima que o país pode gerar de 7,5 a 10 milhões de novas oportunidades de trabalho e renda até 2030, impulsionando setores como energia renovável, bioeconomia, economia circular e infraestrutura verde.

Esse movimento não é apenas necessário: ele é vantajoso. A transição ecológica tem potencial para agregar até US$ 430 bilhões ao PIB brasileiro nos próximos anos, integrando preservação ambiental, inclusão social e prosperidade econômica em uma mesma agenda.

A revolução dos empregos verdes

Projeções internacionais reforçam essa tendência: segundo entidades como a OIT, IEA e IRENA, até 350 milhões de empregos podem surgir no mundo com a transição para uma economia de baixo carbono. Setores como energia e combustíveis (35 milhões), construção e infraestrutura (165 milhões), alimentos e uso da terra (110 milhões), e indústria de materiais (22 milhões) são os mais promissores.

No caso brasileiro, quatro áreas despontam com alto potencial:

  • Bioeconomia e superfoods: além de agregar até US$ 75 bilhões ao PIB, pode gerar até 3,5 milhões de oportunidades.
  • Transição energética (biogás, SAF, hidrogênio verde, solar e eólica): potencial de até US$ 75 bilhões e entre 500 mil e 900 mil empregos.
  • Economia circular (plásticos e têxteis): até 1,2 milhão de oportunidades com base em reuso, reciclagem e redesign de produtos.
  • Tecnologias limpas e mobilidade elétrica: minérios críticos, baterias e veículos elétricos somam US$ 65 bilhões em potencial de PIB e até 700 mil vagas.

Além da geração de empregos, essas cadeias demandam profissionais qualificados em áreas como engenharia, biotecnologia, inteligência artificial e automação. Também fortalecem a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor mais dinâmicas.

Desafios e caminhos para uma transição verde eficaz

Para transformar esse potencial em realidade, o país precisa enfrentar quatro desafios estruturantes:

  1. Capacitação em green skills: preparar a força de trabalho com competências voltadas à nova economia.
  2. Inclusão e formalização: garantir que os novos empregos sejam acessíveis e registrados.
  3. Financiamento e parcerias: destravar recursos públicos e privados para fomentar os setores estratégicos.
  4. Regionalização da transição: mapear vocações locais e adaptar políticas conforme as realidades de cada território.

O papel da COP30 como catalisadora do desenvolvimento

A COP30 não pode ser apenas mais uma conferência sobre o clima. Ela deve ser o marco de uma nova era para o Brasil — uma virada estratégica para transformar sustentabilidade em prosperidade, especialmente nos territórios mais vulneráveis.

Emprego verde, empreendedorismo local e tecnologias limpas precisam sair do campo das ideias e ganhar escala nas políticas públicas. A transformação ecológica acontece no CEP de cada pessoa — e é com esse olhar territorial que o país pode construir uma agenda climática que seja, acima de tudo, uma agenda de futuro.


Fonte: CNN

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