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A Revolução do Café Frio: Tendências e Inovações

No último domingo, durante o Super Bowl, a Danone exibiu um comercial divertido com Channing Tatum jogando uma garrafa de STōK Cold Brew Coffee para jogadores de futebol britânicos. Já a Nestlé apostou em um comercial com um espectador consumindo um produto Coffee-Mate projetado especialmente para bebidas frias.

Esses anúncios, tanto cômicos quanto caros, refletem uma mudança significativa no mercado de café: os consumidores não apenas estão preferindo o café frio ao quente, mas também passaram a consumi-lo em casa, em vez de apenas nas cafeterias.

De acordo com a Bloomberg Línea, mais de 70% das bebidas vendidas pela Starbucks já são frias, com a Geração Z sendo um dos principais impulsionadores dessa tendência. Além disso, com a crescente oferta de garrafas de doses múltiplas e máquinas de café frio, ficou mais fácil do que nunca preparar a bebida em casa.

Howard Schultz, fundador da Starbucks, está atento a essa transformação. Ele investiu na Cumulus Coffee, uma startup criada por um ex-executivo da Starbucks, que recentemente lançou uma máquina de US$ 700 para fazer café frio em casa. Schultz acredita que o mercado de café em casa tem um potencial enorme, com bebidas frias sendo menos ácidas, mais ricas e, muitas vezes, com um sabor de café achocolatado – características que atraem muitos consumidores, especialmente aqueles que estão começando a se viciar em cafeína.

A inovação no setor tem sido constante. Antes, as bebidas frias exigiam um preparo complexo e demorado, com um mínimo de 12 horas de preparação. Agora, as bebidas podem ser compradas em garrafas ou latas, e com equipamentos como a máquina Cumulus, é possível criar a própria espuma de nitro cold brew em casa.

Estudos mostram que 18% dos consumidores consumiram café pronto para beber em garrafa ou lata no dia anterior, mais que o dobro dos níveis observados há quatro anos. Essa categoria, que inclui o café frio, já é a terceira forma mais popular de consumir café em casa, superando até as máquinas de café expresso.

O mercado de café pronto para beber cresceu de maneira impressionante, ultrapassando US$ 1 bilhão em vendas no ano passado, um aumento de 80% em relação a 2021, segundo dados da NIQ. As garrafas multiuso, como o STōK Cold Brew Coffee da Danone, oferecem ainda mais opções de personalização, permitindo que os consumidores façam lattes e até martinis em casa, sem a necessidade de equipamentos caros de cafeteria.

Matthew Barry, gerente de insights da Euromonitor International, destaca que os consumidores, cansados dos altos preços das bebidas fora de casa, estão optando por fazer café frio em casa. O cenário econômico, com inflação e aumento nos preços de alimentos e combustíveis, tem incentivado esse comportamento.

A situação no Brasil, principal produtor de café, também contribuiu para a alta nos preços da variedade arábica, preferida por marcas como Starbucks. No entanto, a opção de preparar café frio em casa continua atraente, principalmente quando comparada ao custo de ir a uma cafeteria, onde os preços podem variar de US$ 5 a US$ 7 por bebida.

Investimentos estão sendo feitos para atender a essa demanda crescente. A Westrock Coffee, por exemplo, investiu US$ 315 milhões na construção de uma nova fábrica de café frio em Arkansas, com sua linha de produção já esgotando metade da capacidade.

Com consumidores mais jovens compartilhando suas receitas caseiras nas redes sociais, o mercado de café frio está pronto para crescer ainda mais. A Chobani, que adquiriu a La Colombe em 2023, já está se beneficiando desse movimento, com sua linha de garrafas de café frio se tornando popular. Para muitos, o café frio virou mais do que uma bebida energizante – é uma verdadeira experiência emocional, um “momento de dopamina”.

Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Bloomberg Linea

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