O estado de São Paulo, com seus 30 mil cafeicultores e produção anual de 5,4 milhões de sacas beneficiadas, é o terceiro maior produtor de café arábica do Brasil e o oitavo do mundo. A cultura cafeeira, profundamente enraizada na história econômica paulista, movimenta mais de R$ 7 bilhões por ano e emprega cerca de 12 mil pessoas no cultivo, além de outras 1,1 mil no comércio atacadista. Agora, essa tradição também se transforma em oportunidade para o turismo e o setor de alimentação fora do lar com o lançamento do projeto Rotas do Café Paulista.
Café e turismo: uma nova combinação de valor
Inspirado em iniciativas semelhantes como as rotas do vinho, o projeto do Governo do Estado de São Paulo reúne 57 atrativos turísticos distribuídos em 25 municípios, formando cinco rotas temáticas. Os roteiros incluem fazendas históricas, museus, torrefações, cafeterias premiadas e centros de pesquisa abertos à visitação. A proposta é fortalecer o turismo rural e cultural, promovendo geração de empregos, movimentação do comércio local e valorização da cadeia produtiva do café.
O governador Tarcísio de Freitas destacou, durante o lançamento no Palácio dos Bandeirantes, que o projeto celebra não apenas o produto, mas a própria formação de São Paulo — construída ao longo das ferrovias criadas para escoar o café até o Porto de Santos.
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Experiências que conectam o passado e o presente
As Rotas do Café Paulista oferecem uma imersão completa no universo do café, com experiências que vão desde o campo até a xícara. A gastronomia e o turismo se encontram em cafeterias como o Cupping Café, na capital paulista — reconhecido entre as 100 melhores do mundo pela publicação The World’s 100 Best Coffee Shops e incluído no roteiro turístico. Só em São Paulo, estima-se que 25 milhões de xícaras de café sejam consumidas diariamente em padarias, mercados, bares e restaurantes.
O projeto também busca resgatar histórias pouco conhecidas, como a contribuição das mulheres na cafeicultura. A exposição “O Feminino no Café: 1870–1930”, aberta no Palácio dos Bandeirantes até 17 de abril, homenageia as figuras femininas envolvidas na economia do café — de escravizadas a fazendeiras, com objetos, documentos e figurinos históricos.
Conheça as cinco rotas do projeto
- Mantiqueira Vulcânica – Cafés de montanha premiados, entre 800 e 1.300 metros de altitude, em cidades como Caconde, Espírito Santo do Pinhal e Águas da Prata.
- Circuito das Águas Paulista – Além das águas minerais, a região também é destaque na produção de cafés especiais. Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Amparo e Campinas oferecem visitas a propriedades familiares e fazendas históricas.
- Cuesta, Itaqueri e Tietê – Relevo imponente e cafés artesanais se encontram em Brotas, Dois Córregos e Dourado. A região também se destaca pelo turismo sustentável e trilhas ecológicas.
- Mogiana Paulista – Uma das mais tradicionais regiões cafeeiras, com cidades como Franca, Pedregulho e Cristais Paulista, conhecidas pela produção de café arábica em altitudes elevadas.
- Alta Paulista – Com foco em cafés especiais, a rota contempla Marília e Garça, esta última reconhecida com a Indicação Geográfica de Procedência (IGP) pela excelência de seus grãos.
Essa iniciativa não apenas amplia o turismo regional, mas também abre portas para novos negócios e parcerias no setor de foodservice, conectando produtores, estabelecimentos e consumidores em torno de um dos produtos mais emblemáticos do Brasil: o café.
Se você está pensando em criar experiências gastronômicas autênticas ou quer se conectar com tendências que valorizam o terroir e a história, as Rotas do Café Paulista merecem estar no seu radar.