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Cafeteria histórica em Amsterdã fecha as portas após 400 anos

Reprodução Internet

Um dos estabelecimentos mais antigos de Amsterdã, a cafeteria ’t Zonnetje (“pequeno sol”, em holandês), encerrará suas atividades neste mês após quatro séculos de história. Localizada em um edifício de 1642, na tradicional rua comercial Haarlemmerdijk, a cafeteria é mais uma vítima da crescente gentrificação e do turismo em massa que transformam o perfil urbano de grandes cidades europeias.

A proprietária Marie-Louise Velder, de 76 anos, anunciou a decisão com pesar. Segundo ela, o aumento acelerado dos aluguéis tornou inviável a continuidade do negócio. “As lojas tradicionais estão todas morrendo”, lamentou em entrevista ao The Guardian, destacando como o processo de valorização imobiliária está desalojando negócios históricos e familiares.

Velder, que administra o ’t Zonnetje desde 1999, também apontou uma mudança no comportamento dos consumidores. Turistas hoje preferem cafeterias de grandes redes internacionais, populares nas redes sociais, ou aquelas associadas ao consumo recreativo de maconha — outro tipo de cafeteria comum na cidade. Essa nova dinâmica afasta a clientela das pequenas casas tradicionais, mesmo as que oferecem produtos de qualidade, como os chás selecionados que o ’t Zonnetje servia.

Apesar das dificuldades, a empresária recebeu inúmeras mensagens de apoio após o anúncio do fechamento. “Talvez a ajuda esteja vindo de cima. É isso que eu espero”, declarou à CNN Travel, emocionada com a solidariedade do público.

O caso do ’t Zonnetje evidencia um dilema que afeta muitas cidades turísticas: como equilibrar o desenvolvimento urbano e o fluxo de visitantes com a preservação da identidade local e dos pequenos negócios? Para o setor de foodservice, é um alerta sobre os impactos da transformação urbana e a importância de políticas públicas e iniciativas privadas que valorizem o comércio de bairro e a memória gastronômica das cidades.

Fonte: Extra / Globo

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