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IMC vende parte da operação da KFC Brasil

Divulgação

A International Meal Company (IMC), conhecida por operar marcas como Frango Assado, Viena e Pizza Hut, está reestruturando sua atuação no Brasil e acaba de anunciar um movimento estratégico: a venda do controle da operação da KFC no país.

A IMC firmou uma joint venture com a Kentucky Foods Chile, responsável por mais de 550 unidades da KFC na América Latina. Pelo acordo, a empresa chilena vai adquirir 58,3% da nova empresa por US$ 35 milhões, enquanto a IMC manterá os 41,7% restantes — atribuindo à operação um valuation de US$ 60 milhões. A transação, segundo os números do fechamento do mercado nesta quarta-feira (26), supera o valor de mercado da própria IMC.

“O futuro da KFC no Brasil é muito promissor. Estamos trazendo um parceiro experiente para colaborar no crescimento da marca, melhorar a operação e ganhar mais escala”, afirmou Alexandre Santoro, CEO da IMC, ao INSIGHT.

Além da criação da joint venture, a companhia também comunicou a saída do CFO Rafael Bossolani, por motivos pessoais. Quem assume a posição é Natalia Lacava, ex-Carrefour e atualmente CFO da Arklok Technology.

Reestruturação e foco em rentabilidade

Nos últimos anos, a IMC vem buscando maior eficiência operacional. A empresa deixou mercados como o Panamá, em 2022, e tem trabalhado na renovação de marcas importantes, como o Frango Assado. Em 2024, conseguiu reduzir seu prejuízo em 7%, para R$ 76,3 milhões. No último trimestre do ano, a redução foi ainda mais significativa: 37%, com perdas de R$ 47,8 milhões.

A KFC é hoje uma das principais marcas do grupo, gerando aproximadamente R$ 400 milhões em receita anual. No entanto, com a separação da operação para a nova joint venture, esse montante deixará de ser contabilizado diretamente no balanço da IMC, o que deve representar uma queda de cerca de 10% no EBITDA operacional.

Por outro lado, Santoro destaca que essa redução será compensada por ganhos estratégicos: “Reduzimos nossa dívida, melhoramos a estrutura de capital e transferimos os investimentos futuros da KFC para o novo sócio.”

Atualmente, a IMC opera a KFC no Brasil sob licença de master franqueada da Yum! Brands, válida até 2032. A expectativa é que a nova JV consiga acelerar a expansão da marca, especialmente com novos formatos de loja, como unidades de rua e com drive-thru — modelos que exigem mais capital, mas oferecem maior retorno.

IMC mira crescimento sustentável

Com a venda parcial da KFC, a IMC pretende redirecionar esforços e investimentos para outras marcas do portfólio. Segundo Santoro, a decisão de buscar um parceiro estratégico também considerou o potencial de crescimento de operações como o Frango Assado.

“Queremos garantir o crescimento da KFC sem comprometer nossos planos para outras marcas. A JV será 100% dedicada à KFC e isso vai potencializar o crescimento da marca no Brasil.”

Enquanto isso, a companhia segue empenhada em melhorar sua rentabilidade. Enxugou operações deficitárias, reduziu promoções no delivery e, com isso, viu sua margem EBITDA ajustada subir 14%, alcançando 13,6%.

Olhando para 2025

Para o próximo ano, o foco continua na disciplina financeira. A empresa espera seguir melhorando margens e avançar com equilíbrio, mesmo que o lucro líquido ainda não apareça de imediato.

“Provavelmente, 2025 ainda não será um ano de lucro. Mas ele será consequência natural da melhora dos fundamentos”, conclui Santoro.

Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame

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