Os irmãos Batista, controladores da JBS e da holding J&F, estão em negociações para adquirir 50% do Grupo Petrópolis, atualmente em recuperação judicial. A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo a publicação, as conversas iniciais envolvem os empresários e Walter Faria, proprietário do Grupo Petrópolis, que detém marcas como Itaipava, Crystal, Petra e Black Princess, representando atualmente 12% do mercado brasileiro de cervejas.
O BTG Pactual, em análise sobre o tema, ressalta que as informações ainda são limitadas e considera a notícia como altamente especulativa. No entanto, a possibilidade levanta preocupações sobre o futuro do mercado de cervejas no Brasil, que tem se mostrado único em comparação com outros grandes mercados globais, muitas vezes dominados por monopólios ou duopólios.
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O Mercado Brasileiro de Cervejas e a Possível Reestruturação
Historicamente, o mercado de cervejas brasileiro foi dominado pela Ambev, que manteve uma participação de dois terços do setor por cerca de 15 anos. A entrada da Heineken, com a aquisição da Brasil Kirin em 2016, transformou o mercado em uma disputa entre três grandes players, com o Grupo Petrópolis mantendo-se como o último grande concorrente independente. Com o pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, há cerca de dois anos, analistas do BTG destacaram dois possíveis cenários: uma recuperação do grupo ou uma eventual venda de ativos.
Caso a recuperação judicial sirva para reestruturar o Grupo Petrópolis e sua alavancagem operacional, o mercado de cervejas brasileiro poderia se tornar ainda mais competitivo, com a entrada de um novo grande player. O BTG aponta que a Heineken sempre foi vista como uma possível compradora, o que criaria um duopólio dominado por Ambev e Heineken.
Mudanças Estratégicas e os Desafios para a Ambev
O BTG observa que o Grupo Petrópolis, após sua recuperação judicial, adotou uma estratégia agressiva de preços para recuperar participação de mercado, o que resultou em um aumento constante dos preços médios nos últimos meses. Essa mudança pode sinalizar um equilíbrio mais disciplinado no mercado, com a redução da agressividade de preços.
No entanto, se o Grupo Petrópolis perder participação de mercado para a Ambev, a gigante do setor será a principal beneficiada. O aumento de competição, com a entrada de novos investidores ou uma maior atuação do Grupo Petrópolis, poderia afetar o potencial de crescimento dos lucros da Ambev, que depende fortemente da manutenção de um poder de precificação sustentável em um mercado maduro.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Infomoney
