O custo da cesta básica aumentou em 14 das 17 capitais brasileiras monitoradas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) entre fevereiro e março de 2025. As maiores altas foram registradas nas capitais do Sul: Curitiba (3,6%), Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,8%). Por outro lado, as quedas mais significativas ocorreram no Nordeste: Aracaju e Natal (-1,8% cada) e João Pessoa (-1,1%).
Custo da cesta: São Paulo lidera o ranking nacional
São Paulo manteve a liderança entre os maiores custos da cesta básica, com valor médio de R$ 880,72 em março. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (R$ 835,50), Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64). Já nas capitais do Norte e Nordeste — onde a composição da cesta é diferente — os valores foram mais baixos, com destaque para Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).
Na comparação anual, entre março de 2024 e março de 2025, todas as capitais registraram aumento nos preços da cesta. As variações oscilaram de 1,8% em Porto Alegre a 9,6% em Fortaleza.
O que mais pesou no bolso do consumidor?
Café em pó: O item apresentou aumento em todas as 17 capitais entre fevereiro e março. Os reajustes variaram de 3,9% (São Paulo) a 14,4% (Belém). Em 12 meses, os aumentos foram expressivos: Goiânia (134,3%), Brasília (125,2%) e Vitória (116,2%). A pressão no mercado é reflexo dos baixos estoques globais.
Tomate: O preço disparou no Sul, puxado por Florianópolis (61,1%), Curitiba (52,1%) e Porto Alegre (49,6%). Em contraste, houve quedas acentuadas no Nordeste: Natal (-19,3%), João Pessoa (-18,6%), Recife (-15,8%) e Aracaju (-12,08%). A redução da oferta da safra de verão explica os picos de preço.
Leite integral: O produto subiu em 10 capitais, com destaque para Vitória (9%). Ficou estável em Campo Grande e caiu em outras seis, como João Pessoa (-2,2%). A entressafra restringiu a oferta, mas a demanda manteve-se firme.
Carne bovina de primeira: Teve queda em 15 capitais, variando de -4,1% (Aracaju) a -0,60% (São Paulo). Apenas João Pessoa (2%) e Recife (0,12%) registraram alta. A maior oferta no mercado interno influenciou na retração dos preços.
Arroz agulhinha: Apresentou reduções em várias regiões, com destaque para Goiânia (-10,3%), Porto Alegre (-8,8%) e Recife (-8,5%). As altas foram pontuais, como em São Paulo (4,6%). A combinação entre arroz importado mais barato e aumento da oferta interna foi determinante.
Óleo de soja: O preço caiu em 13 capitais, com a maior baixa em Fortaleza (-6,1%). A exceção foi Campo Grande, com alta de 1,1%. A previsão de boa safra ajudou a pressionar os preços para baixo.
Como se comportou a cesta básica em São Paulo?
Na capital paulista, sete dos 13 itens que compõem a cesta subiram entre fevereiro e março, com destaque para:
- Tomate (25,9%)
- Açúcar refinado (9,7%)
- Feijão carioquinha (6,2%)
- Arroz branco agulhinha (4,6%)
- Café em pó (3,9%)
Por outro lado, houve queda nos preços de produtos como:
- Batata (-3%)
- Leite integral (-1,7%)
- Banana (-1,6%)
- Óleo de soja (-1,6%)
- Carne bovina (-0,60%)
No acumulado de 12 meses, 10 produtos registraram alta em São Paulo, com destaque para o café em pó (50,7%) e o óleo de soja (32,3%). Já as maiores quedas foram da batata (-30,4%), feijão carioquinha (-16,8%) e banana (-7,7%).