O Carrefour está analisando a possibilidade de fechar o capital de sua subsidiária brasileira, adquirindo as ações que ainda não possui da companhia, avaliada em US$ 2,4 bilhões na B3.
A informação foi divulgada pela Bloomberg Línea e movimentou o setor de varejo nesta segunda-feira (10), com os papéis do Carrefour Brasil disparando mais de 11%. O efeito positivo se estendeu a outras empresas do setor: Assaí avançou 6,7%, Grupo Pão de Açúcar subiu 4,4% e Grupo Mateus registrou alta de 3,5%.
Segundo a Bloomberg Línea, o Carrefour já contratou bancos para estudar a viabilidade da operação. Atualmente, a companhia francesa detém cerca de 70% do Carrefour Brasil. Outro acionista relevante é a Península, family office da família Diniz, que possui 7,3% do capital – e que, após o falecimento de Abílio Diniz, pode estar mais inclinada a vender sua participação.
O Carrefour Brasil abriu capital na B3 em 2017, com ações cotadas a R$ 15. Desde então, o papel perdeu metade de seu valor e, mesmo após a forte alta do dia, fechou a R$ 7,29. No acumulado dos últimos 12 meses, a ação acumula queda de 37%.
Ainda conforme a Bloomberg Línea, a matriz francesa estuda desde novembro formas de impulsionar a avaliação de sua subsidiária no Brasil, que considera subvalorizada. O Carrefour Brasil negocia atualmente a 11,9 vezes seu lucro estimado para 2024, abaixo da média dos últimos cinco anos, de 13,6 vezes.
A notícia também impactou investidores que estavam apostando na queda do papel. Atualmente, o Carrefour Brasil tem 57,3 milhões de ações alugadas para operações de venda a descoberto, representando pouco mais de 10% do free float.
Atualização: No fim do dia, o Carrefour Brasil confirmou ter recebido uma proposta de fechamento de capital por parte da matriz. A oferta apresenta três alternativas aos acionistas:
- Receber R$ 7,70 por ação;
- Receber 0,090 ação do CSA na Bolsa de Paris ou 0,090 BDR do CSA para cada ação do Carrefour Brasil;
- Optar por um modelo híbrido, combinando R$ 3,86 em dinheiro mais 0,045 ação ou BDR do CSA.
A proposta ainda será analisada pelos acionistas e órgãos reguladores.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Brazil Journal