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Minerva sobe quase 25% com estrutura atrativa de oferta de ações

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As ações da Minerva Foods, uma das maiores exportadoras de carne bovina da América do Sul, registraram uma valorização de quase 25% desde o anúncio de uma nova oferta de ações feito em 7 de abril. A informação é da Exame, que destacou os fatores por trás desse rali expressivo, que supera o desempenho de gigantes do setor como BRF, Marfrig e JBS — mesmo com a expectativa de listagem desta última na bolsa de Nova York.

De acordo com análise divulgada pelo banco Safra, o principal motor dessa alta não está necessariamente nos fundamentos operacionais, como o possível balanço positivo do primeiro trimestre ou os efeitos indiretos das tarifas norte-americanas sobre a carne chinesa, mas sim na estrutura financeira da oferta de capital da empresa.

Oferta com bônus atrativo para acionistas

A proposta prevê que cada nova ação adquirida por R$ 5,17 dará direito a um bônus de subscrição (warrant), que permite a compra de uma segunda ação ao mesmo valor nos próximos três anos. Como as ações já estão sendo negociadas acima desse preço, esse bônus se torna automaticamente vantajoso para os investidores — o que no mercado é conhecido como “dentro do dinheiro”.

Esse diferencial tem impulsionado o interesse pelos papéis da Minerva no mercado secundário. Quem comprar BEEF3 antes do corte de direitos, marcado para 29 de abril, garante participação na oferta e o recebimento do bônus.

Outros fatores que contribuem para o bom momento

Além da estrutura atrativa da oferta, analistas observam a expectativa de resultados financeiros positivos e o possível redirecionamento da demanda global de carne bovina. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China podem abrir espaço para exportadores sul-americanos, especialmente em categorias de cortes mais baratos — segmento onde a Minerva possui forte atuação.

No entanto, o Safra faz um alerta: países como a Austrália têm vantagens competitivas importantes, como logística mais eficiente, percepção de qualidade superior e um ciclo do gado mais curto, o que pode limitar os ganhos das empresas brasileiras.

Riscos e perspectiva neutra

Apesar da valorização, o Safra mantém recomendação neutra para BEEF3. A ação ainda é negociada a múltiplos baixos (4,5 vezes o EV/EBITDA projetado para 2025), mas o alto nível de alavancagem e a menor diversificação operacional da Minerva seguem como pontos de atenção.

Além disso, o atual ciclo pecuário no Brasil — desfavorável em termos de custos — pode pressionar as margens da companhia e diminuir os efeitos positivos de um eventual aumento na demanda externa.

Como resume o relatório do banco: “O preço atual parece sustentado principalmente pela estrutura da oferta. A partir do corte de direitos, a atratividade deve diminuir”.


Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame

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