Como transformar alimentos básicos em marcas brilhantes

Criar uma marca de sucesso a partir de um alimento comum pode parecer uma missão difícil, mas diversos empreendedores têm conseguido exatamente isso — unindo criatividade, inovação e uma boa dose de ousadia. Em matéria publicada pela Forbes, são destacados exemplos inspiradores que mostram como o setor alimentício pode ser terreno fértil para negócios inovadores.

Desafiando padrões e criando conexão

De acordo com Julie Sternberg, diretora-gerente de alimentos e bebidas da Hunter PR, marcas de sucesso nesse setor desafiam normas estabelecidas e constroem conexões emocionais com seus consumidores. “O comportamento de compra de alimentos básicos muitas vezes está ligado à memória afetiva. Vencer esse hábito exige visão forte, valores claros e uma identidade de marca marcante”, explica.

As marcas que têm se destacado vão além da função do alimento: oferecem experiências sensoriais elevadas, produtos voltados a necessidades alimentares específicas e opções personalizadas que não existiam anteriormente.

O caso da Fishwife: inovação em lata

Durante o isolamento da pandemia, Becca Millstein e sua colega notaram a praticidade e nutrição do peixe enlatado — e também a falta de inovação no segmento. Assim surgiu a Fishwife, uma marca americana que reinventou esse produto básico, aliando sustentabilidade, estética ousada e apelo direto ao consumidor (D2C).

Com embalagens coloridas e uma identidade visual divertida, a Fishwife se destacou nas prateleiras. Além disso, Millstein apostou em redes sociais e na venda direta como forma de construir um relacionamento real com seus clientes. Resultado? Uma nova abordagem para os frutos do mar enlatados, agora associados a qualidade e estilo.

New School American: um novo olhar para o queijo processado

Outra marca citada pela Forbes é a New School American, que surgiu do desejo de reinventar o tradicional queijo americano processado. Fundada por Alan Leavitt e pelo chef Eric Greenspan, a marca apostou em ingredientes mais limpos, melhor sabor e performance (como a capacidade de derretimento), conquistando tanto consumidores quanto chefs renomados.

O processo envolveu anos de testes, pesquisas de mercado e um reposicionamento completo da categoria — transformando um produto estigmatizado em uma opção premium e moderna. Hoje, a New School atua tanto em foodservice quanto no varejo especializado, com planos de expansão estratégica.

O poder da narrativa e da autenticidade

Além do visual e da qualidade, Sternberg reforça que contar boas histórias é essencial. Os consumidores querem saber de onde vem sua comida e por que ela é especial. “A narrativa da marca estabelece conexões emocionais. Isso pode ser feito com marketing de conteúdo, parcerias com influenciadores e presença em veículos que contam essas histórias de forma autêntica.”

Inspirações como Fishwife e New School American reforçam a importância de escutar o consumidor moderno, apostar em novos canais de distribuição e, principalmente, construir marcas que emocionem e fidelizem.