A TreeHouse Foods, tradicional fabricante norte-americana de alimentos, passou por uma profunda reestruturação nos últimos anos. Após crescer rapidamente por meio de mais de 40 aquisições, a companhia decidiu mudar de direção. Sob a liderança do CEO Steve Oakland, a empresa tem se reposicionado com foco em eficiência, rentabilidade e um portfólio mais enxuto.
O movimento mais significativo dessa nova fase foi a venda, em 2022, de uma parte considerável de seu negócio de refeições prontas, por aproximadamente US$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo, a TreeHouse investiu em áreas estratégicas: adquiriu marcas de condimentos, uma fabricante de pretzels, uma unidade de produção de café e um negócio de chá, mirando o crescente mercado de snacks e bebidas com alto potencial de crescimento.
Apesar dos avanços, a jornada não tem sido isenta de obstáculos. A empresa enfrenta desafios como o enfraquecimento do consumo em determinadas categorias, oscilações financeiras causadas por recalls e a pressão de um ambiente competitivo volátil. O preço de suas ações, que em 2016 superava os US$ 100, atingiu recentemente o menor nível em 17 anos.
Em comunicado recente, Steve Oakland reconheceu a necessidade de aprimorar a execução estratégica:
“Continuamos a enxergar oportunidades significativas para melhorar nossa execução e consistência, posicionando-nos para melhor atender nossos clientes e impulsionar a lucratividade. Estamos otimizando nossas estruturas organizacionais e de custos, o que acreditamos nos permitirá fortalecer nossa competitividade em um ambiente de consumo dinâmico.”
Além das reestruturações internas, a TreeHouse também anunciou demissões corporativas, refletindo uma tendência no setor alimentício. A Post Holdings, por exemplo, revelou planos de encerrar duas fábricas de cereais, afetando cerca de 300 trabalhadores — uma resposta direta ao declínio contínuo da categoria de cereais matinais.
Apesar da conjuntura desafiadora, a TreeHouse prevê impactos mínimos relacionados à atual situação tarifária internacional. Apenas 5% de sua receita líquida vem de mercados fora dos Estados Unidos, com destaque para o Canadá.
A expectativa agora se volta para os resultados do primeiro trimestre de 2025, que serão divulgados em 6 de maio. O mercado observará com atenção os próximos passos da companhia e sua capacidade de consolidar sua posição como referência em marcas próprias no competitivo setor de alimentos.