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UE avalia novas restrições para importação para o Mercosul

A União Europeia está considerando novas restrições para a importação de produtos alimentares tratados com pesticidas considerados perigosos e já proibidos dentro do bloco. A iniciativa surge em resposta às reivindicações de agricultores europeus, que enfrentam padrões ambientais e sanitários mais rigorosos e apontam para a desigualdade competitiva no mercado global.

De acordo com um documento preliminar que será publicado nesta quarta-feira (12), a Comissão Europeia estabelecerá diretrizes para evitar que substâncias proibidas na UE entrem no mercado europeu por meio de produtos importados. A medida visa reforçar a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental dentro do bloco.

Nos últimos anos, agricultores da UE têm expressado preocupação com o impacto das exigências ambientais impostas pelo bloco, o que também tem gerado oposição a acordos comerciais, como o tratado entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Muitos argumentam que esses países têm regulamentações menos rigorosas, criando uma concorrência desleal.

Impacto no mercado global e reações

A proposta também pode gerar tensões comerciais, especialmente com os Estados Unidos. O governo norte-americano, sob liderança de Donald Trump, já criticou a UE por impor barreiras comerciais não tarifárias, e novas restrições podem intensificar esse debate. Na última semana, Washington indicou que pretende considerar regulações ambientais europeias como fator para eventuais retaliações comerciais.

Embora a UE tenha classificado um pequeno grupo de pesticidas como perigosos e proibido seu uso, a nova medida não prevê uma proibição generalizada. Em vez disso, cada caso será analisado individualmente, considerando o impacto no mercado e a procedência dos produtos.

Ainda em 2025, a Comissão Europeia conduzirá uma avaliação de impacto para medir os efeitos das restrições na competitividade do bloco e nas relações comerciais internacionais. A medida precisa estar alinhada às diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC), que permite restrições desde que sejam justificadas por objetivos de saúde pública ou proteção ambiental.

Diversificação das fontes de importação

Atualmente, a UE depende de grandes exportadores como Brasil e Argentina para o suprimento de proteínas vegetais, como a soja. A proposta também busca reduzir essa dependência e diversificar as fontes de importação, garantindo um sistema alimentar mais autossuficiente e resiliente. Um plano estratégico para esse objetivo será elaborado pela Comissão Europeia nos próximos meses.

O documento final com as diretrizes da nova política ainda está sujeito a ajustes antes da sua publicação oficial.

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