Durante sua participação no evento Rumos 2025, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, sugeriu uma revisão na metodologia adotada pelo Banco Central para o cálculo da inflação, utilizada como base para as decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom).
Alckmin defendeu que itens com alta volatilidade, como alimentos e energia, sejam excluídos da métrica principal, nos moldes do que já é feito pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Segundo ele, essa mudança tornaria a política monetária mais eficiente e alinhada à realidade da economia brasileira.
“Não adianta aumentar juros que não vão baixar o preço do barril de petróleo. Mencionei o exemplo americano, onde alimentos são retirados do cálculo porque são muito afetados pelo clima”, explicou o vice-presidente. “Acho que é uma medida inteligente focar o aumento de juros naquilo que realmente pode contribuir para a redução da inflação. Entendo que é uma proposta que merece ser considerada pelo Banco Central brasileiro”, completou.
Nos últimos anos, os preços dos alimentos acumulam uma alta de 55%, bem acima da média geral do IPCA, que foi de 33% no mesmo período. Essa discrepância reforça o argumento de que componentes altamente sensíveis a fatores externos podem distorcer a percepção da inflação real.