A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nesta quarta-feira (23) os resultados de um estudo que avaliou 41 marcas de suplementos alimentares de creatina disponíveis no Brasil, fabricados por 29 empresas diferentes.
Segundo a reportagem da CNN, a agência examinou três aspectos principais: o teor de creatina, a conformidade da rotulagem e a presença de matérias estranhas. O levantamento apontou que apenas uma das marcas apresentou teor de creatina abaixo do valor esperado.
Ainda conforme informado pela Anvisa, a concentração do nutriente nos produtos não pode variar mais de 20% em relação ao valor declarado no rótulo. Além disso, todos devem atender ao valor de referência de 3.000mg de creatina, veja a lista completa aqui
O resultado se distancia de pesquisas anteriores realizadas entre 2022 e 2024 pelo setor produtivo. A agência acredita que os fabricantes possam ter realizado ajustes nos processos de produção. Nenhuma das amostras analisadas apresentou presença de matérias estranhas.
No entanto, a situação da rotulagem é mais crítica: 40 das 41 marcas avaliadas continham erros ou informações incorretas. Entre os problemas identificados estão:
- Propriedades atribuídas indevidamente à creatina, inclusive em línguas estrangeiras;
- Uso de imagens ou palavras que possam induzir o consumidor ao erro;
- Tabela nutricional fora do padrão ou em local inadequado na embalagem;
- Frequência de consumo e número de porções não informados;
- Ausência de informações sobre açúcares totais e adicionados na tabela.
Apesar das inconsistências, a Anvisa afirmou que os resultados não representam risco à saúde e não exigem ações de fiscalização imediata, embora as empresas possam ser notificadas. A partir de 1º de setembro de 2025, todos os suplementos à venda deverão estar regularizados conforme a RDC 843/2024 e a IN 281/2024.
Entre os produtos avaliados, apenas o Creatine Monohydrate – 100% Pure, da Atlhetica Nutrition, fabricado pelo ADS Laboratório Nutricional LTDA, obteve resultado satisfatório em todos os critérios.
Uma das amostras apresentou problema no teor de creatina e está sob processo administrativo — o nome da marca ainda não foi divulgado.
O estudo utilizou embalagens de 300 gramas, padrão mais comum no mercado, com análises conduzidas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz. As coletas ocorreram no segundo semestre de 2024, diretamente em fabricantes de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, além de pontos de venda no Rio de Janeiro.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela CNN