O Carrefour Brasil deu início ao processo de desinvestimento das bandeiras Nacional e Bompreço, que estavam apresentando prejuízos por vários anos. A companhia vendeu oito lojas do Nacional e sete do Bompreço, dando sequência ao seu plano de se desfazer dessas operações. O Bradesco BBI foi contratado para coordenar a venda e já houve conversas com diversos players regionais para o processo.
A estratégia adotada foi a venda em lotes menores, uma vez que a avaliação do Carrefour indicou que o interesse seria maior pelos pontos de venda em vez das bandeiras em si. As transações mais recentes foram realizadas com a rede Muffato, que adquiriu quatro lojas do Nacional, e a Festval, que comprou outras quatro.
Além disso, algumas semanas atrás, o Carrefour já havia negociado sete lojas do Bompreço com investidores do mercado imobiliário, que utilizarão os terrenos para novos empreendimentos. No total, a rede Nacional contava com 47 lojas e o Bompreço com 17, após a venda de parte das lojas do Bompreço para o Grupo Mateus em 2022. Destas, apenas 11 eram próprias, enquanto o restante eram alugadas.
Com as vendas recentes, o Carrefour ainda possui 49 lojas dessas bandeiras para vender. Embora a empresa não tenha revelado o valor das transações, o CFO Eric Alencar mencionou que a expectativa é de que a venda das 64 lojas arrecade entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões, o que representa cerca de um terço do faturamento da operação. Parte desse montante será destinada a regularizações operacionais, como a liquidação de contas a receber e pagamento de funcionários, o que impactará o valor efetivamente disponível para a empresa.
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As vendas fazem parte da estratégia do Carrefour Brasil de simplificar suas operações e concentrar esforços nas três principais bandeiras: Atacadão, Carrefour e Sam’s Club. No ano passado, a empresa já havia encerrado a operação da rede Todo Dia, fechando 94 lojas, além de converter mais de 100 lojas do BIG em Atacadão ou Sam’s Club.
Grupo buscando melhoria na rentabilidade
A venda das lojas Nacional e Bompreço também deve contribuir para a melhoria da rentabilidade do grupo. Embora essas bandeiras tenham gerado R$ 1,5 bilhão em faturamento no último ano, o EBITDA foi negativo em R$ 107 milhões, considerando os custos com aluguéis. O fechamento dessas operações pode resultar em uma melhoria de 10% no lucro líquido do Carrefour Brasil, estimado em R$ 1 bilhão para este ano.
Com a venda das lojas, o Carrefour também visa reduzir sua alavancagem financeira, que no terceiro trimestre deste ano registrou uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,41x, um aumento de 0,27 ponto percentual em relação ao ano anterior. O J Safra assessorou o Muffato na transação.
Publicada Brazil Journal adaptada Blog Foodbiz
Crédito Imagem: Divulgação