Os medicamentos injetáveis para emagrecimento, como Ozempic, Wegovy, Saxenda, Victoza e Mounjaro, estão provocando uma revolução nos hábitos alimentares. Além de ajudarem na perda de peso ao reduzirem o apetite, esses remédios estão impactando diretamente a indústria de alimentos, levando à queda do consumo de produtos calóricos e ultraprocessados e ao aumento da demanda por opções mais saudáveis.
A Produção Nacional das Canetas para Emagrecimento
Em 2025, o Brasil começará a fabricar liraglutida, um dos princípios ativos utilizados nesses medicamentos. A EMS obteve autorização da ANVISA para produzir duas versões: o Lirux, para o tratamento do diabetes tipo 2, e o Olire, voltado para a perda de peso.
A produção será 100% nacional, utilizando a tecnologia UltraPurePep, que permite a fabricação de análogos de GLP-1 com alto grau de pureza e rendimento. Com o vencimento da patente da liraglutida em 2024 e da semaglutida (presente no Ozempic) em 2026, outras farmacêuticas estão se preparando para lançar versões genéricas e acessíveis.
Outro ponto relevante é a discussão sobre a possível inclusão desses medicamentos no SUS, o que pode acelerar ainda mais as transformações no mercado.
O Impacto na Indústria de Alimentos
Nos Estados Unidos, um estudo da Bloomberg mostrou que o aumento do uso desses medicamentos tem causado uma queda significativa na compra de diversos produtos. Confira alguns dos segmentos mais afetados:
- Snacks salgados: -11,1%
- Doces e panificados: -9,0%
- Queijos: -7,2%
- Cookies: -6,7%
- Refrigerantes: -6,6%
- Carnes e congelados: -5,8%
- Manteiga: -5,8%
- Pães e massas refrigeradas: -5,6%
- Sorvetes e chantilly: -5,5%
- Leite e creme de leite: -4,7%
Essas mudanças também afetaram grandes marcas do setor. Empresas como McDonald’s, PepsiCo e Coca-Cola já registraram quedas em segmentos específicos devido à nova realidade de consumo.
Oportunidades para Produtos Saudáveis
Se, por um lado, algumas categorias estão enfrentando dificuldades, outras estão se beneficiando dessa tendência. A Novo Nordisk (fabricante do Ozempic) e a Eli Lilly (responsável pelo Mounjaro) tiveram crescimento expressivo nas vendas.
Além disso, empresas do setor de alimentos saudáveis também estão aproveitando esse novo cenário. A Danone relatou um aumento na demanda por seus iogurtes de alta proteína e baixa caloria nos Estados Unidos. Segundo o CEO da companhia, Antoine de Saint-Affrique, os medicamentos para emagrecimento estão incentivando o consumo de opções mais nutritivas, o que abre oportunidades para novas categorias de produtos.
O Futuro da Alimentação e da Indústria Farmacêutica
Com a popularização dessas “canetas para emagrecer” e a entrada de novos laboratórios no mercado, a tendência é que o impacto no setor alimentício se intensifique. Empresas precisarão se adaptar para atender a essa nova demanda, investindo em opções mais saudáveis e alinhadas às necessidades do consumidor moderno.
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