A JDE Peet’s, uma das maiores empresas de café do mundo, planeja elevar os preços de seus produtos no Brasil em até 30% a partir de janeiro de 2024. A decisão vem após um ano de alta expressiva nos preços do café no mercado internacional, que quase dobraram devido a condições climáticas adversas em grandes países produtores, como Brasil e Vietnã.
O aumento anunciado pela JDE Peet’s, fabricante das marcas Jacobs, L’Or, Tassimo e Douwe Egberts, reflete um cenário desafiador no setor. Segundo informações de traders que tiveram acesso a documentos confidenciais da empresa, os reajustes afetarão todas as linhas de produtos, incluindo café torrado e moído, cápsulas, grãos inteiros e cappuccino.
Contexto do Mercado de Café
A alta nos preços do café em 2023 foi de aproximadamente 80%, com um aumento de 30% apenas nas últimas cinco semanas. As condições climáticas, como seca e chuvas excessivas nos principais países produtores, reduziram significativamente as perspectivas para a safra atual, pressionando os preços no mercado global.
Além da JDE Peet’s, outros grandes players do setor devem seguir a mesma tendência, especialmente com o término de contratos de longo prazo com varejistas. No entanto, repassar integralmente esses custos ao consumidor final tem sido um desafio, já que muitos consumidores estão optando por produtos mais acessíveis devido ao impacto da inflação.
Repercussão Global
O impacto dos aumentos não se limita ao Brasil. Na Europa, grandes torrefadoras já previam reajustes de até 10% no final de 2023 e podem realizar novos aumentos no início do próximo ano. O cenário evidencia uma pressão crescente sobre as empresas do setor para equilibrar margens de lucro e a competitividade de mercado.
A JDE Peet’s não se pronunciou oficialmente sobre o aumento, mas citou “questões climáticas” como fator-chave na decisão. O mercado agora acompanha como outras gigantes, como a Nestlé, irão reagir ao cenário de alta dos custos e mudanças no comportamento do consumidor.
Brasil: Um Mercado Estratégico
Sendo o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil é estratégico para grandes marcas. Apesar disso, as empresas precisam lidar com a sensibilidade de preços do consumidor brasileiro, especialmente em um momento de ajustes econômicos.
O cenário para 2024 é de atenção redobrada no setor, com novos desafios e possíveis transformações na dinâmica do mercado de café.
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