Para muitos bares e restaurantes que ainda enfrentam dificuldades, a Páscoa deste ano pode representar uma chance de fôlego. Segundo pesquisa da Abrasel realizada em março, 71% dos empresários do setor estão otimistas e esperam aumento no faturamento durante o feriado prolongado de abril, em comparação com a Semana Santa de 2024.
Quatro em cada dez donos de estabelecimentos apostam em um crescimento entre 5% e 20%. “O setor ainda vive uma realidade desafiadora, com mais de dois terços das empresas operando sem lucro. Mesmo assim, feriados como a Páscoa oferecem oportunidades de recuperação para negócios que estão no limite”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Após um fevereiro difícil, expectativa é de retomada
A pesquisa também trouxe um panorama do desempenho financeiro recente. Em fevereiro, apenas 30% das empresas tiveram lucro, enquanto outros 30% fecharam o mês no prejuízo e 39% empataram receitas e despesas. Esses números mostram uma piora em relação a janeiro, quando 36% dos negócios foram lucrativos e só 25% registraram prejuízo.
“É comum que fevereiro tenha resultados mais fracos, principalmente após um janeiro positivo. Mas há sinais de recuperação, impulsionados por datas como o Carnaval, e a expectativa é de que esse movimento continue com a Páscoa, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados”, analisa Solmucci.
Inflação e dívidas ainda são pedras no caminho
Apesar do otimismo com o aumento nas vendas, muitos empresários ainda enfrentam dificuldades para reajustar preços diante da alta nos custos operacionais. De acordo com o levantamento, 32% dos estabelecimentos não conseguiram fazer nenhum reajuste nos cardápios, e 59% aumentaram os preços apenas dentro ou abaixo da inflação. Apenas 9% conseguiram subir os valores acima desse índice.
A pesquisa também revelou que 39% dos negócios estão com pagamentos em atraso. Os principais débitos são com impostos federais (74%), estaduais (52%) e empréstimos bancários (37%).
“Muitos donos de bares e restaurantes evitam aumentar os preços para não afastar a clientela, mas isso pressiona as finanças. Por isso, períodos de maior movimento, como os feriados, são tão importantes para equilibrar as contas e tentar sair do vermelho”, conclui Solmucci.