O mercado de snacks no Brasil apresenta um crescimento contínuo, impulsionado por mudanças nos hábitos de consumo e pela busca por conveniência e novas experiências alimentares. Em 2022, pesquisa realizada pela The Harris Poll e a Mondelēz Internacional em 12 países, incluindo o Brasil, revelou que 67% dos consumidores estão dispostos a investir mais por um snack de sua preferência, e 74% experimentam rapidamente as novidades do setor.
Além disso, a Statista estimou uma receita de US$ 92,6 milhões para o setor em 2024, com uma taxa de crescimento anual de 6,49% até 2029. Diante desse cenário, marcas que desejam se posicionar de maneira competitiva na indústria precisam contar com soluções ágeis e eficientes, permitindo que seus esforços sejam direcionados para estratégias de diferenciação de marca e comercialização.
Uma solução que tem se mostrado eficiente é o co-packing, consolidando-se entre empresas que buscam otimizar processos e expandir sua presença no mercado sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura. O modelo permite que marcas terceirizem a fabricação e embalagem de produtos, garantindo qualidade, escala e compliance regulatório sem desviar o foco de suas principais atividades.
No segmento de snacks de proteína animal, essa estratégia é uma alternativa vantajosa para marcas que desejam ingressar no mercado sem os desafios produtivos que geralmente estão atrelados ao nicho. Isso é possível porque a produção terceirizada torna mais viável a comercialização de produtos inovadores e diferenciados.
A adoção do co-packing é uma alternativa interessante para enfrentar a complexidade regulatória do setor alimentício. No Brasil, os processos produtivos de snacks precisam passar por inspeções do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com o objetivo de assegurar o padrão adequado de segurança alimentar.
Ao terceirizar a fabricação para empresas certificadas e especializadas, os negócios asseguram o cumprimento dessas regulamentações sem precisar gerenciar diretamente os trâmites burocráticos. Além de reduzir riscos operacionais, o co-packing garante altos padrões de qualidade, beneficiando tanto as marcas quanto os consumidores.
Da mesma forma, marcas que desejam inovar em seu portfólio de produtos podem se beneficiar da estrutura oferecida por um parceiro de co-packing, garantindo uma produção alinhada às necessidades do mercado, dentro de um planejamento estruturado. Essa abordagem permite que empresas lancem novidades com mais segurança e eficiência, reduzindo riscos operacionais. Em um setor dinâmico, no qual a agilidade na resposta às tendências de consumo pode determinar o sucesso de um lançamento.
Num mercado altamente competitivo, o avanço das empresas não se restringe ao desenvolvimento de produtos, mas envolve também a adoção de modelos operacionais que garantam eficiência e flexibilidade. Nesse contexto, o co-packing se destaca não apenas pela fabricação e embalagem, mas também pelo suporte estratégico, que pode incluir desenvolvimento de aromas, gerenciamento de categoria, treinamento e direcionamento de equipes de vendas, ampliando as oportunidades de sucesso às marcas.
O conhecimento acumulado pelas organizações envolvidas na parceria permite que elas ajustem suas estratégias comerciais e ampliem sua entrada nos canais de distribuição, otimizando resultados e consolidando sua presença no varejo. Ao delegar a produção a um parceiro especializado, as empresas podem direcionar seus recursos e esforços para aprimorar o marketing e a experiência do cliente, enquanto asseguram eficiência e excelência na fabricação.
*Fabrício José de Almeida é CEO da Rudolph Snacks, responsável pela operação nacional de uma marca global com 70 anos de história no mercado de proteína animal, como torresmo e pururuca. Com 26 anos de experiência no setor de snacks, lidera uma das plantas industriais mais avançadas do Brasil, com foco em inovação, eficiência produtiva e excelência operacional.
Fonte: V3 COM