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Projeto Regenera Cerrado: prática regenerativa

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A saúde do solo é a base para uma agricultura verdadeiramente produtiva, rentável e sustentável. No contexto da agricultura regenerativa, esse princípio ganha ainda mais importância, já que o modelo propõe não apenas preservar, mas restaurar os recursos naturais — com ênfase no solo, um dos ativos mais valiosos do campo.

Essa é a proposta do Projeto Regenera Cerrado, uma iniciativa que vem mostrando, na prática, como técnicas regenerativas podem revitalizar solos e impulsionar a biodiversidade agrícola. Desenvolvido em propriedades do sudoeste goiano, o projeto aplica métodos como rotação de culturas, uso de plantas de cobertura, bioinsumos e adição de matéria orgânica. O resultado? Solos mais férteis, com maior capacidade de retenção de água, ciclagem de nutrientes e estabilidade estrutural — características que elevam a produtividade ao longo do tempo.

Além dos ganhos produtivos, as práticas implementadas nas lavouras de soja e milho vêm promovendo benefícios significativos à biodiversidade do Bioma Cerrado, estimulando a presença de diferentes espécies vegetais, animais e microbianas no ambiente agrícola.

“A biologia que devolvemos ao solo por meio das boas práticas de agricultura regenerativa torna o solo mais resiliente e colabora com a cultura que está sendo plantada. Tanto a soja quanto o milho suportam melhor as dificuldades climáticas que estamos vivendo”, relata a produtora Marion Kompier, da Fazenda Brasilândia, em Montividiu (GO).

Compartilhando experiências e fortalecendo a rede

Os resultados obtidos foram apresentados no 3º Dia de Campo Regenera Cerrado, realizado em março na Fazenda Brasilândia. O evento atraiu mais de 400 participantes — entre produtores, pesquisadores, técnicos e estudantes — para dois dias de aulas práticas, visitas técnicas e conferências com especialistas envolvidos no projeto.

“Esse tipo de evento vai ao encontro de um dos principais objetivos do projeto, que é disseminar o conhecimento sobre agricultura regenerativa e incentivar outros produtores, mesmo os que ainda não participam diretamente da iniciativa, a adotar essas práticas”, destaca Jorge Gustavo, analista de Sustentabilidade da Cargill.

Durante o encontro, os participantes tiveram acesso a dados que integram indicadores bioquímicos, biológicos e microbiológicos para comprovar a eficácia das técnicas regenerativas. O destaque foi para práticas como a cobertura permanente do solo e o mínimo revolvimento da terra, que favorecem a vida biológica e promovem um ambiente mais equilibrado e resistente a pragas, doenças e estresses climáticos.

A coordenadora geral do projeto, a pesquisadora Dra. Eliana Fontes (Embrapa Cenargen), reforça que os estudos comprovam como essas práticas restauram as redes alimentares do solo e das plantas, tornando os sistemas agrícolas mais resilientes e próximos de um ecossistema natural.

“Com esse diagnóstico, nossa próxima etapa será aprofundar os conhecimentos já adquiridos, testar novas tecnologias e fornecer ainda mais respaldo técnico para que outros produtores se sintam seguros ao adotar a agricultura regenerativa”, afirma.

Uma iniciativa colaborativa com base científica

Lançado em 2022 pelo Instituto Fórum do Futuro, o Projeto Regenera Cerrado busca desenvolver modelos escaláveis de produção regenerativa para soja e milho no Brasil, com potencial de replicação internacional. A iniciativa é patrocinada pela Cargill, com execução operacional do Instituto BioSistêmico (IBS) e conta com o apoio de nove instituições de pesquisa nacionais, além da participação de 12 propriedades rurais no município de Rio Verde (GO).

Entre as instituições parceiras estão: Embrapa, Epamig, GAAS, GAPES, Instituto Federal Goiano, UFLA, UFRRJ, Unicamp e UnB.

Fonte: Portal do Agronegócio

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