A erradicação da fome exige mais do que boas intenções: ela depende de estratégias coordenadas e da união entre governos, empresas e instituições. Nesse cenário, a indústria alimentícia tem assumido um papel de liderança essencial, especialmente no contexto da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Com foco nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, essa coalizão internacional vem promovendo ações de grande impacto que combinam inovação tecnológica, sustentabilidade e políticas públicas robustas. A colaboração entre setores é o motor dessas transformações — e a indústria de alimentos está no centro desse movimento.
O que é a Aliança Global contra a Fome?
Criada para acelerar o cumprimento dos ODS 1 (erradicação da pobreza) e ODS 2 (fome zero e agricultura sustentável), a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza reúne países, empresas e organizações em torno de um objetivo comum: garantir segurança alimentar com base em evidências, tecnologia social e engajamento local.
A proposta vai além da ajuda pontual. Trata-se de uma articulação estratégica, na qual os países mais afetados lideram as ações e recebem apoio técnico e financeiro para implementar soluções duradouras.
O papel da indústria alimentícia na transformação
A indústria de alimentos tem contribuído de forma decisiva para ampliar o alcance das ações da Aliança Global. Isso acontece por meio do fornecimento de tecnologia, logística, inovação em produtos e práticas sustentáveis que, juntas, ajudam a levar alimentos nutritivos a quem mais precisa.
Um exemplo emblemático é a entrada da Universidade de Brasília (UnB) na Aliança, com apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A união entre ciência e políticas públicas sinaliza um caminho promissor para o desenvolvimento de soluções integradas em nutrição, produção sustentável e inclusão socioeconômica.
Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A meta de acabar com a fome até 2030 exige a participação ativa de todos os setores da sociedade. No Brasil, políticas públicas e iniciativas privadas têm buscado alinhar a produção de alimentos com os princípios da sustentabilidade e da equidade no acesso.
Esse esforço se reflete em programas que favorecem a agricultura familiar, promovem a capacitação técnica e incentivam práticas agrícolas regenerativas. O foco está não apenas em produzir mais, mas em produzir melhor — com menor impacto ambiental e maior inclusão social.
Alimentos industrializados como parte da solução
Embora muitas vezes vistos com reservas, os alimentos industrializados também têm papel importante na luta contra a fome. A fortificação obrigatória de produtos como sal e farinhas, regulamentada pela Anvisa, é um exemplo de como a indústria pode contribuir para a saúde pública, combatendo deficiências nutricionais comuns em populações de baixa renda.
Além disso, a produção em larga escala tem ajudado a reduzir drasticamente a insegurança alimentar severa no Brasil. Entre 2022 e 2023, o número de brasileiros em situação grave de fome caiu de 17,2 milhões para 2,5 milhões, segundo relatório da ONU. Essa queda foi impulsionada por políticas sociais e pela capacidade produtiva nacional, aliada à cooperação internacional.
Caminhos sustentáveis para o futuro
A transição para modelos de produção mais sustentáveis é apontada como essencial para garantir alimentos de qualidade, respeitando os limites do planeta. Práticas como rotação de culturas, plantio direto e monitoramento climático reduzem desperdícios e otimizam recursos — beneficiando especialmente comunidades vulneráveis.
Fonte: Portal Food Connection