O ciclo da indústria sucroalcooleira está chegando ao fim, com o término do ano-safra. Em 2024, o setor enfrentou adversidades econômicas, instabilidade geopolítica e uma quebra de safra devido a condições climáticas adversas. Apesar disso, a indústria continua resiliente, mantendo sua importância no agronegócio nacional, com expectativas sobre o mix de produção das usinas, que variam entre a produção de açúcar e etanol.
O açúcar, fonte de energia acessível, é uma das commodities mais consumidas no mundo, com 80% da produção global originária da cana-de-açúcar. O Brasil se destaca como maior produtor e exportador mundial de açúcar, liderando inclusive a produção de açúcar orgânico. No entanto, a indústria enfrenta desafios, como a pressão por práticas mais sustentáveis e alternativas mais saudáveis, sem comprometer o sabor.
A Bonsucro, organização que promove práticas sustentáveis na produção de cana, exemplifica o esforço do setor para atender a essas demandas. Com o apoio de iniciativas como o Impact Fund, a Bonsucro busca mitigar os impactos climáticos e aumentar a rastreabilidade da produção, com projetos como o “GeRa Cana”, que visa reduzir a pegada de carbono e melhorar a rentabilidade dos produtores.
A rastreabilidade tem sido um foco crescente, com tecnologias como o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), desenvolvido pela Embrapa, utilizando blockchain para garantir a integridade das informações sobre a produção de açúcar. Outras empresas, como a Biorefinaria Uisa, também adotam essas tecnologias, permitindo que consumidores acessem informações detalhadas sobre o produto por meio de QR codes nas embalagens.
Essas inovações oferecem mais visibilidade para a cadeia de produção e ajudam a combater a percepção negativa do açúcar, alimentada por campanhas contra o consumo excessivo. No âmbito global, políticas como o “sugar tax”, imposto sobre bebidas açucaradas, são implementadas para reduzir doenças como a obesidade e diabetes, incentivando a redução do consumo de açúcar.
Apesar da pressão para reduzir o consumo de açúcar, ele continua sendo uma das fontes de energia mais baratas. A indústria sucroalcooleira, com sua longa tradição, começa a se abrir para inovações, com startups desenvolvendo alternativas como “açúcares raros” e adoçantes saudáveis. Exemplos incluem a Amai Proteins, que desenvolve a proteína Sweelin, capaz de reduzir o teor de açúcar em até 70%.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela AGFEED
