Para quem tem seu negócio conectado à agricultura, o meio ambiente é fundamental. Cuidar dele, portanto, é um compromisso para a Cooperativa Vinícola Garibaldi – não apenas para o contínuo exercício de sua atividade como também para sua sustentabilidade. As práticas ambientais ganham evidência em datas de conscientização, como Dia do Meio Ambiente, lembrado em 05 de junho, e fazem parte do modo de fazer da cooperativa em todos os setores, desde o administrativo até o campo. A coleta seletiva está presente tanto na fábrica quanto nos escritórios, com lixeiras específicas para cada tipo de resíduo. Todos os resíduos industriais sólidos são segregados de acordo com a respectiva categoria. Vidro, plástico e papelão são armazenados em separado para, depois, serem destinados a centrais de recebimento licenciadas, para o devido processamento, cumprindo também as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nesse sentido, a cooperativa mantém parceria com a Associação de Logística Reversa (Aslore), estando em conformidade com a logística reversa de embalagens, que prevê o recolhimento e a destinação dos recipientes dos produtos colocados no mercado.
É durante a safra, entre janeiro e março, que a cooperativa lida com um grande volume de resíduos. Neste ano, foram gerados 3,74 milhões de quilos de resíduos referentes ao processamento dos 28,2 milhões de quilos de uva recebidos. Isso representa pouco mais de 13% do volume total, sendo 3,15 milhões de quilos de bagaço (casca e sementes) e 590 mil quilos de engaço (parte lenhosa do cacho). Todo esse material é reaproveitado, sendo destinado para uma central de compostagem, para fazer parte de um novo ciclo produtivo. “Esses resíduos biológicos são trabalhados por cerca de dois a três anos até que se tornem adubo orgânico para serem utilizados nos vinhedos de nossos cooperados. Estamos caminhando fortemente em busca dessa economia circular”, comenta o gerente técnico e enólogo Ricardo Morari, ressaltando que cerca de 50% dos nutrientes que a videira necessita para produzir permanecem nesses componentes da uva que seriam descartados. “Ele vai dar conta de pelo menos metade da necessidade da planta quando retornar ao vinhedo. Já estamos com algumas áreas de teste com esse adubo, e a ideia é que no futuro 100% do resíduo retorne como adubo para os vinhedos”, completa.
Outra frente de atuação é voltada à economia dos recursos naturais. Os resíduos líquidos decorrentes dos processos industriais são tratados numa estação de tratamento de efluentes própria. Essas águas residuais passam por tratamento anaeróbico e aeróbico e, ao final, por um tratamento físico-químico. “Dessa forma, atingimos em definitivo os padrões de lançamento no meio ambiente, mas em torno de 50% dessa água tratada retorna para uso em alguns processos industriais, como nas torres de refrigeração. Com isso, conseguimos reduzir a captação de água potável”, diz Morari. A cooperativa também adotou outras ações para ampliar o cuidado com as questões ambientais. Ano após ano, ela está aumentando o volume de embalagens de vidro mais leves para seus produtos. Em 2024, quase 11% do total de garrafas utilizadas foi desse tipo, ajudando na redução das emissões de CO2. “Ambientalmente é muito melhor, reduzindo a pegada de carbono. Estamos trabalhando com o nosso fornecedor de garrafas para chegarmos a praticamente 20% do total das nossas embalagens com esse tipo de produto”, diz Morari. Nesse sentido, ainda, a cooperativa substituiu o óleo nas caldeiras por gás natural e tem comprado energia elétrica do mercado livre, o que garante a emissão de um certificado próprio de energia renovável, além de já contar com um sistema de placas solares para compensar a energia consumida na fábrica, reduzindo a emissão de gases.
No campo, o empenho é o mesmo. Um dos esforços está em reduzir o uso de defensivos agrícolas. A cooperativa oferece a regulagem de pulverizadores. Anualmente, 85% desses equipamentos, que ficam acoplados aos tratores, passam por um processo de precisão. “Quanto melhor regulado estiver, melhor será a pulverização, com um uso mais racional dos defensivos, de modo a também proteger os vinhedos”, observa Morari. A produção de uvas orgânicas e biodinâmicas é outra atividade em curso há anos na cooperativa, sendo uma das pioneiras nesse tipo de cultivo. As linhas Astral e Da Casa respondem pelos produtos oriundos dessas uvas cujo cultivo leva em consideração também fatores astronômicos da agricultura biodinâmica, com suco, espumante e vinho de mesa. “Isso é importante para a conscientização de todos os cooperados”. Além disso, há experimentos com variedades mais resistentes num vinhedo, buscando cepas que melhor se adaptem às condições climáticas e possam ser cultivadas com menor uso de defensivos. “Fazemos ainda microvinificações para avaliar o potencial enológico dessas variedades”, reforça.
Ainda no campo, a cooperativa possui uma alta taxa de cooperados certificados pelo programa Local GAP de boas práticas de produção agrícola, alcançando 92% das famílias produtoras. Alguns desses viticultores já estão avançando para uma nova etapa, o Global GAP, ainda mais restritivo.
O cuidado com o meio ambiente também está presente na compra de equipamentos. Antes de efetivar a aquisição, a cooperativa se certifica de que as máquinas operem com energia limpa e não gerem novos resíduos. “Optamos por aquelas que fazem processos físicos que eliminem resíduos”, constata. Faz todo sentido esse tipo de conceito para uma vinícola como a Garibaldi. “Estamos inseridos em um tipo de indústria que depende muito da natureza, então, sabemos que qualquer impacto ambiental que for causado pode ser, em algum momento, prejudicial ao nosso negócio e às futuras gerações”, avalia Morari.
Fonte: Exata Comunica