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Suplementos alimentares apontam tendências para o futuro da saúde

FREEPIK

O uso de suplementos alimentares, antes restrito a atletas e praticantes de atividades físicas intensas, tem se popularizado entre diferentes perfis de consumidores. Cada vez mais pessoas, mesmo aquelas que não praticam exercícios regularmente, estão incorporando esses produtos à rotina em busca de mais qualidade de vida.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), 59% dos lares brasileiros têm ao menos uma pessoa que consome suplementos. As principais motivações são a complementação da alimentação (90%) e a promoção da saúde e bem-estar (85%).

Esse movimento acompanha o crescimento constante do mercado de suplementos, tanto no Brasil quanto no exterior. Estimativas divulgadas pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) indicam que o setor global deve ultrapassar os US$ 239 bilhões até 2028.

No cenário nacional, o mercado movimentou R$ 6,4 bilhões em 2023, com expectativa de alcançar R$ 10,8 bilhões nos próximos anos. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão o envelhecimento da população, a busca por soluções nutricionais personalizadas, o foco em saúde preventiva e o interesse crescente por produtos nutracêuticos.

Suplementação na terceira idade

Em entrevista à imprensa, o médico nutrólogo Eduardo Rauen explica que a suplementação pode trazer importantes benefícios para pessoas idosas. Com o avanço da idade, a absorção de proteínas tende a diminuir, e suplementos como o whey protein se tornam aliados na manutenção da massa muscular, mesmo para quem não realiza treinos intensos.

Outro suplemento citado pelo especialista é a creatina, que, além de auxiliar no ganho de força, tem mostrado efeitos positivos na cognição, desde que não haja contraindicações médicas. A Coenzima Q10, por sua vez, atua como antioxidante, protege as células contra os radicais livres e contribui para o metabolismo energético, beneficiando tanto o desempenho físico quanto a saúde cerebral.

Também em destaque, o metilfolato, forma ativa do ácido fólico, vem sendo estudado por seu impacto na saúde mental. Pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, em parceria com instituições da Coreia do Sul, demonstrou que 60% dos pacientes com depressão bipolar apresentaram melhora após seis meses de suplementação com esse composto.

Tendências e inovações no mercado de suplementos

Estudo conduzido pela consultoria Yourside aponta tendências que devem marcar o futuro do setor. Entre elas está o fortalecimento do conceito de bem-estar holístico, que amplia o foco dos suplementos para além da imunidade, abrangendo saúde intestinal, digestiva, cognitiva e emocional.

A formulação de produtos com blends de vitaminas, minerais e compostos bioativos também tem ganhado destaque. Eles prometem melhorar o humor, a concentração e o relaxamento, indo ao encontro da busca por soluções integradas para o bem-estar geral.

Outro ponto relevante é a suplementação voltada à saúde da mulher, com foco em questões como equilíbrio hormonal, menopausa e saúde óssea. Produtos com cálcio, ferro, proteínas e extratos naturais estão sendo desenvolvidos para ajudar a regular o sono, reduzir inflamações e melhorar o humor.

A qualidade do sono também se tornou um tema central. Ingredientes como melatonina, magnésio e extratos botânicos são cada vez mais procurados por seus efeitos relaxantes e reguladores do ciclo circadiano.

Por fim, os extratos vegetais, como ashwagandha, cúrcuma e chá-verde, ganham espaço como opções naturais de suplementação. Utilizados para controlar o estresse, a ansiedade e fortalecer a imunidade, esses compostos representam uma das maiores apostas do setor, que pode movimentar mais de US$ 13 bilhões até 2032, segundo a Fortune Business Insights.

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