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Quiabo que purifica: Estudantes criam solução sustentável

Imagem: reprodução - Governo do Estado de Sergipe

No sertão sergipano, um trio de estudantes do Centro de Excelência Dom Juvêncio de Britto, escola pública de Ensino Médio Integral localizada em Canindé de São Francisco (SE), está mostrando que inovação e consciência ambiental podem caminhar juntas – e com um custo surpreendente: apenas R$ 0,01 por litro de água tratada.

Da Despensa para o Laboratório: O Poder do Quiabo

O projeto, batizado de “Acendra”, surgiu a partir do uso de um ingrediente inusitado e muitas vezes descartado: o quiabo. A partir do extrato da planta, os estudantes Lucas Adib, Arthur Jorge e Anne Gabriela de Freitas, todos do 2º ano do ensino médio, desenvolveram um coagulante natural capaz de purificar águas argilosas, comuns na região.

A substância viscosa retirada do quiabo atua como um agente de floculação, aglutinando impurezas e facilitando a filtragem da água. O resultado é uma alternativa eficiente, de baixo custo e ambientalmente amigável para garantir acesso à água potável.

Educação que Transforma

O projeto contou com a orientação da professora de química Lark Soany e da professora de geografia Marisa Nobre, e se insere nas diretrizes do Ensino Médio Integral, que valoriza a aprendizagem prática e o desenvolvimento pessoal dos alunos por meio de atividades eletivas, projetos de vida, acolhimento e tutoria.

Essa abordagem pedagógica é essencial para fomentar iniciativas como o Acendra, que não apenas desenvolvem competências acadêmicas, mas também incentivam o protagonismo juvenil e o compromisso com as necessidades da comunidade.

Soluções Locais, Impactos Reais

A motivação por trás do projeto é profundamente enraizada na realidade de Canindé de São Francisco. De acordo com o Instituto Água e Saneamento (IAS), muitos moradores da cidade ainda dependem do abastecimento por caminhões-pipa. Diante desse desafio, os estudantes buscaram uma forma de utilizar um resíduo natural da região para criar um produto útil, seguro e sustentável.

Além de ser uma alternativa ao uso de coagulantes inorgânicos, que podem ser prejudiciais à saúde, o resíduo da mucilagem do quiabo ainda pode ser reutilizado como adubo – fechando o ciclo de sustentabilidade.

Reconhecimento e Inspiração

Em 2024, o projeto foi apresentado em dois importantes eventos estudantis: a Feira de Conhecimento e Arte (Feconart) e a Mostratec – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, onde ganhou destaque pelo seu potencial transformador.

Iniciativas como essa mostram como a educação pública pode ser um terreno fértil para a inovação e a responsabilidade social. E com um simples quiabo, três jovens provaram que é possível mudar o mundo – um litro de água de cada vez.

Fonte: Ciclo Vivo / @_brenopfister

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