A sustentabilidade está no DNA da Nude, foodtech brasileira que tem se destacado por suas boas práticas ambientais e transparência com os consumidores. Pioneira no setor, a empresa exibe nas embalagens de seus produtos a pegada de carbono, reforçando seu compromisso com a redução de impacto ambiental.
Fundada em 2020, a Nude aposta na aveia como matéria-prima para a produção de bebidas e alimentos plant-based. Desde o início, a marca se posicionou como uma empresa neutra em emissões, trazendo transparência total sobre seu impacto ambiental. “Acreditamos que a sustentabilidade só funciona se toda a cadeia produtiva estiver engajada. Desde o início, calculamos a pegada de carbono dos produtos, do campo à prateleira do supermercado, e hoje ampliamos essa análise para todo o ciclo, incluindo o pós-consumo”, afirmou Giovanna Meneghel, CEO da Nude, em entrevista à Exame.
Da inspiração ao empreendedorismo sustentável
Natural do Paraná, Giovanna teve a ideia do negócio ao viver com seu marido em Berlim, Alemanha. Durante essa experiência, ela se aproximou do universo plant-based e percebeu o potencial da aveia, ingrediente amplamente utilizado na Europa. Em 2019, o casal decidiu empreender no Brasil e fundou a Nude no ano seguinte, com o objetivo de criar um modelo de negócios alinhado às melhores práticas ambientais e sociais.
Hoje, a empresa conta com 42 funcionários, sendo 57% das lideranças ocupadas por mulheres. Um dos diferenciais da Nude foi a inclusão da sustentabilidade como pilar central desde o primeiro dia. Mariana Spignardi, diretora de sustentabilidade, foi a segunda pessoa a ingressar no projeto, garantindo que as iniciativas ESG estivessem integradas ao modelo de negócio.
Mitigação climática e logística eficiente
Cerca de 45% das emissões de carbono da Nude provêm da cadeia de suprimentos e práticas agrícolas. Para reduzir esse impacto, a foodtech optou por investir em mitigação climática, em vez de apenas adquirir créditos de carbono. A empresa promove encontros com parceiros para discutir boas práticas e busca aproximar fornecedores e pontos de distribuição, reduzindo a pegada de transporte.
Toda a aveia utilizada na produção vem de produtores do Paraná e Rio Grande do Sul, seguindo rigorosos critérios ambientais. A fábrica também está localizada na região Sul, aproveitando a abundância do insumo. Além disso, as embalagens são recicláveis e 100% compensadas, fomentando a cadeia de catadores e cooperativas.
Inovação e impacto social
Um dos grandes avanços da Nude foi o desenvolvimento de um cereal upcycling, criado a partir dos resíduos do processo de produção do leite de aveia. “Quando percebemos a quantidade de biomassa rica em fibra e proteína que era descartada, decidimos criar um novo produto”, explicou Giovanna. O cereal, lançado nos sabores baunilha e chocolate, foi premiado pela ONU durante a Conferência das Mudanças Climáticas (COP29) em 2024 e deve chegar ao mercado brasileiro no primeiro semestre de 2025.
Além do impacto ambiental, a Nude investe no desenvolvimento social. A empresa promove iniciativas como o projeto “Fazedores do Café”, que capacita jovens em situação de vulnerabilidade para atuarem como baristas. “Nosso envolvimento foi além do apoio financeiro. Acompanhamos de perto os alunos e vimos como a qualificação transformou suas vidas”, contou Giovanna.
Crescimento e expansão internacional
O setor de leite vegetal cresceu 22% em 2024, e os produtos de aveia já ocupam a terceira posição entre os mais consumidos no Brasil. De olho nesse mercado em expansão, a Nude segue investindo em inovação e novos produtos sustentáveis. Além da forte presença no Brasil, a foodtech expandiu sua atuação para a América Latina, chegando ao Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai.
Com uma proposta que alia transparência, impacto ambiental positivo e inovação, a Nude se consolida como um dos principais nomes do setor de alimentação plant-based, inspirando outras empresas a adotarem um modelo de negócio mais sustentável.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame