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Inflação pressiona bares e restaurantes, que buscam alternativas

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Segundo matéria do O Globo, a alta no preço dos alimentos, especialmente das proteínas, tem levado bares e restaurantes a adotarem estratégias para evitar o repasse integral dos custos ao consumidor e manter a competitividade. Um levantamento da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que 32% dos estabelecimentos não conseguiram reajustar os preços nos últimos 12 meses. Enquanto 59% realizaram aumentos conforme ou abaixo da inflação, apenas 9% ajustaram acima desse índice.

“O setor de alimentação fora do lar continua segurando os preços para não perder clientes, mas essa estratégia tem limites. Os custos operacionais seguem crescendo, e a margem de lucro de muitos negócios já está comprometida”, destacou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, em entrevista ao jornal.

A prévia da inflação de fevereiro (IPCA-15) apontou que, no acumulado dos últimos 12 meses, a alimentação no domicílio subiu 7,12%, enquanto a alimentação fora do lar teve alta de 6,92%. Para Solmucci, essa diferença reflete a dificuldade do setor em ajustar os preços diante da alta dos custos.

Impacto na operação de grandes redes

O diretor-geral do Bob’s, Antonio Detsi, afirmou ao O Globo que o aumento dos insumos tem pressionado as margens da rede. O milho, essencial para a ração de frangos, e a carne bovina, ingredientes fundamentais do cardápio, tiveram aumentos expressivos nos últimos meses. No entanto, ele destacou que o IGP-M divulgado nesta quinta-feira apontou uma redução de 2,75% na carne bovina em fevereiro ante janeiro.

“Estamos acompanhando de perto essa situação e buscando alternativas para minimizar os impactos sem comprometer a qualidade dos produtos”, disse Detsi.

Para reduzir a vulnerabilidade à variação cambial, a rede investe em fornecedores locais. Há quatro anos, o Bob’s deixou de depender de batata importada, garantindo maior estabilidade nos custos. Além disso, apenas um componente dos equipamentos das lojas precisa ser importado.

Mesmo diante dos desafios, Detsi acredita na resiliência do setor. “O consumidor está mais seletivo, mas ainda busca conveniência e qualidade. Precisamos equilibrar isso com a necessidade de manter nossos preços acessíveis”, afirmou. A rede segue otimista para 2025, projetando faturamento de R$ 1,6 bilhão e a abertura de 25 novas unidades apenas no Rio de Janeiro.

Estratégias para driblar a inflação

Outras redes também estão adotando medidas para enfrentar o cenário. A Mr. Fit, especializada em alimentação saudável, intensificou o uso de ingredientes sazonais e apostou em proteínas alternativas, como leguminosas e opções à base de plantas.

Já o Grupo Impettus, holding de franquias de bares e botecos, antecipou o impacto da inflação ao lançar um novo cardápio e reajustar preços ainda no final de 2024. “A verticalização do fornecimento de proteínas, com negociações diretas com indústrias e a manutenção de um frigorífico próprio, tem sido um diferencial para garantir qualidade, padronização e controle de custos”, explicou Bruno Gorodicht, diretor de novos negócios do grupo.

Ele reforçou que essas iniciativas ajudam a reduzir a volatilidade dos preços e otimizar a operação, sem comprometer a experiência dos clientes.

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