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Nova tarifa de importação dos EUA pode impactar indústria alimentícia global

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O presidente Donald Trump anunciou, na última quarta-feira (2), na Casa Branca, a implementação de uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos Estados Unidos, medida que deve entrar em vigor no dia 5 de abril. Além disso, tarifas recíprocas mais altas serão aplicadas a cerca de 60 países a partir de 9 de abril, incluindo parceiros comerciais relevantes como China, União Europeia e Japão.

A decisão faz parte da política comercial “America First” e vem sendo criticada por diversos setores, especialmente pela indústria alimentícia, que alerta para um possível aumento nos custos de produção e, consequentemente, nos preços ao consumidor final.

Segundo matéria publicada pela FOOD DIVE, Tom Madrecki, vice-presidente de resiliência da cadeia de suprimentos da Consumer Brands Association (Associação de Marcas de Consumo), fez um apelo imediato para que o governo reveja a medida e isente ingredientes e insumos essenciais usados por fabricantes que dependem de matérias-primas importadas.

“Por mais bem-intencionada que seja, a política precisa reconhecer que muitas empresas americanas já fazem o certo, mas ainda precisam importar insumos que não são encontrados domesticamente”, afirmou Madrecki. “Aplicar tarifas sem considerar isso pode elevar custos, limitar o acesso a produtos acessíveis e prejudicar a indústria nacional.”

A associação ressalta que grande parte dos produtos alimentícios e bebidas é fabricada nos EUA, mas alguns ingredientes fundamentais não são produzidos no país ou não estão disponíveis em quantidade suficiente. “Nenhuma tarifa trará esses insumos de volta para o mercado interno”, completou Madrecki.

Pela nova medida, países como China, Japão e União Europeia enfrentarão tarifas recíprocas superiores a 10%, calculadas com base nas barreiras comerciais que, segundo Trump, esses países impõem aos produtos americanos. A China, por exemplo, será alvo de uma tarifa de 34%, enquanto o Japão pagará 24%, a UE 20%, e o Vietnã 46%.

Entretanto, produtos com pelo menos 20% de conteúdo fabricado nos EUA serão os únicos sujeitos às tarifas recíprocas, de acordo com a ordem executiva assinada por Trump. A nova política não afetará as tarifas já existentes sobre países do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), como Canadá e México, desde que os produtos estejam em conformidade com o acordo.

Itens como aço, alumínio, automóveis, peças automotivas, cobre, fármacos e semicondutores também não serão afetados pelas novas tarifas. Tarifas anteriores nesses setores continuarão valendo.

Desde o início de seu mandato, Trump prometia medidas mais rígidas no comércio exterior. A decisão de abril veio após uma revisão de políticas comerciais conduzida por seu governo, que identificou práticas consideradas desleais por parte de diversos parceiros internacionais.

O anúncio já provocou reações no cenário internacional. China, Canadá e União Europeia prometeram ações retaliatórias, e México sinalizou que está pronto para responder ao aumento das tarifas de forma estratégica.

Fonte: FOOD DIVE

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