A Eataly Brasil afirmou que a retirada das menções à marca “Eataly” no país não é uma decisão definitiva. A informação foi divulgada em matéria do Mercado&Consumo, destacando que a questão está em processo de arbitragem.
“O Eataly Brasil informa que a questão relacionada ao direito de uso da marca no país está em processo de arbitragem. O caso permanece sob sigilo, sem decisão definitiva até o momento, e será analisado pelas instâncias competentes. A empresa reafirma seu compromisso em cumprir integralmente a legislação vigente e respeitar as determinações judiciais e arbitrais aplicáveis”, declarou a empresa em nota.
A medida foi tomada no início de janeiro devido ao descumprimento de acordos contratuais com a Eataly S.p.A., detentora italiana da marca. Paralelamente, a franqueada brasileira enfrenta um processo de recuperação judicial.
“O Eataly Brasil solicitou um pedido de Recuperação Judicial com o propósito de viabilizar a continuidade do processo de mediação com credores, buscando a melhor solução para créditos em aberto. Essa decisão reflete o compromisso da empresa com uma negociação estruturada, que proporcione um acordo seguro, ágil e equilibrado para todas as partes envolvidas”, diz a nota oficial.
Especialista avalia impacto da perda do direito de uso da marca
Para Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, a manutenção do direito de uso da marca é fundamental para os investidores e consumidores. “O uso da marca sinaliza que padrões internacionais estão sendo seguidos. Para quem nunca foi ao Eataly, é a certeza de que está recebendo a promessa da marca. Para os clientes frequentes, garante um mix de produtos alinhado aos padrões globais”, explica a especialista.
Ela aponta que grandes marcas do foodservice ainda enfrentam desafios no Brasil, muito por conta dos efeitos da pandemia. “Em 2020 e 2021 tivemos a pandemia. Em 2022 recuperamos o faturamento de 2019, não pelo retorno de tráfego, mas pelo repasse de aumento dos preços. Em 2023, o crescimento foi de apenas 1,5%. Já em 2024, apesar de não termos a divulgação oficial do Instituto Foodservice Brasil, há previsão de crescimento na faixa de 4%, mas com uma retração de tráfego de -2%.”
Além disso, Cristina destaca que a escolha da localização do Eataly no Brasil pode ter sido um fator determinante para os desafios enfrentados. “A marca apostou em uma região específica, mas não previu o efeito pós-novidade, que exige tráfego constante. Somado a isso, a alta do dólar e do euro dificultaram a operação de um negócio baseado na importação de insumos, como é o caso do Eataly Brasil”, finaliza.
Operação segue sem impacto imediato
A empresa reforçou que o processo de recuperação judicial não interfere nas operações, pagamentos ou parcerias com fornecedores. Além disso, destacou seu compromisso com a excelência na experiência do cliente e com a sustentabilidade do negócio.