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Mercado de lácteos em 2025: instabilidade e desafios para o produtor

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O mercado de lácteos em 2025 tem apresentado um comportamento fora do padrão esperado. Após um início de ano com alta nos preços do leite, os valores começaram a recuar a partir de abril, segundo análise de Flavio Durante, Diretor de Fomento de Leite da Copérdia, em entrevista à Rádio Rural.

A principal explicação para esse movimento de queda está na demanda enfraquecida por derivados lácteos. “O consumidor está consumindo menos, pressionado pela inflação elevada e pelo alto custo da alimentação”, afirma Durante. Esse comportamento de consumo tem impacto direto sobre o preço pago ao produtor, que vem caindo mesmo em um período geralmente marcado por maior escassez do produto: a entressafra.

Mas 2025 também trouxe uma entressafra atípica. Diferente de outros anos, a redução na produção foi menos acentuada. Condições climáticas favoráveis, boa oferta de silagem de qualidade e custos mais estáveis com ração ajudaram a manter os volumes de produção mais elevados do que o habitual para o período.

Outro fator relevante foi o aumento nas importações. No primeiro trimestre, o volume de derivados lácteos que entrou no país cresceu 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, ampliando a concorrência e pressionando ainda mais o mercado interno.

Apesar desse cenário de queda, os preços praticados nos cinco primeiros meses de 2025 ainda foram superiores aos registrados em 2024. “É um ponto positivo para o produtor, que conseguiu negociar melhores valores em comparação ao ano passado”, destaca Durante.

Além disso, a Copérdia, em parceria com a Central Aurora, tem buscado manter uma política de preços competitiva. “Em abril, pagamos 15 centavos a mais por litro do que a média estadual. Entre janeiro e abril, também superamos a média de Santa Catarina em 5 centavos”, detalha o diretor.

Com os custos de produção estáveis — milho, soja e medicamentos com pouca oscilação —, o cenário atual ainda permite algum fôlego para o produtor. Mas o futuro próximo permanece incerto.

Durante reforça a importância de investir em produtividade e eficiência como estratégias para atravessar esse momento. “Nosso compromisso é com o associado. Precisamos produzir mais por vaca, por hectare, por estrutura disponível. Manter baixos níveis de CCS e garantir altos índices de gordura e proteína no leite é o caminho para assegurar rentabilidade e sustentabilidade na atividade leiteira”, conclui.


Fonte: Radio Rural

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