A Cimed, uma das principais farmacêuticas do Brasil, tem planos ambiciosos para alcançar uma receita de R$ 10 bilhões até 2030. A empresa pretende dobrar de tamanho, impulsionada pelas marcas Lavitan, Carmed, Melimetric e João e Maria, que juntas devem contribuir com R$ 4,5 bilhões desse faturamento.
Além dessas marcas, a Cimed espera que os medicamentos genéricos gerem R$ 2,6 bilhões e as marcas funcionais, R$ 2,9 bilhões. O restante virá de novas inovações. Esses planos foram detalhados durante o evento MSA, realizado em São Paulo, onde a empresa apresentou os pilares de crescimento e os desafios para sustentar essa expansão.
Em 2024, a Cimed faturou R$ 3,6 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao ano anterior, mas abaixo da meta de R$ 4 bilhões. Para 2025, a meta é alcançar R$ 5 bilhões, apostando na força do setor farmacêutico, mesmo com a economia desacelerando.
Durante o evento, o economista Joaquim Levy destacou que, embora o crescimento do PIB deva perder ritmo, o mercado farmacêutico continuará avançando, impulsionado pelo envelhecimento da população e pelo aumento da renda das classes C e B.
Para financiar esse crescimento, a Cimed já garantiu R$ 1,1 bilhão em debêntures e está analisando linhas governamentais para inovação, com um investimento de R$ 200 milhões em pesquisa e desenvolvimento. “Manter um rating de crédito alto é fundamental para termos acesso às melhores condições de financiamento”, afirmou o CEO João Adibe Marques.
O futuro das supermarcas
Outro pilar fundamental do crescimento da Cimed é o reforço nas supermarcas. Lavitan, líder em vitaminas, está ampliando seu portfólio e entrando no mercado de nutrição esportiva, com 21 novos produtos, incluindo bebidas proteicas e suplementos. A meta é superar R$ 1 bilhão em faturamento até 2030.
Carmed, conhecida pelos hidratantes labiais, está apostando no setor de beleza com o lançamento de um gloss 3 em 1 com glitter e a estreia no segmento de perfumaria com body splash. A expectativa é gerar R$ 300 milhões em inovação apenas em 2025, transformando Carmed em um negócio de R$ 1 bilhão no longo prazo.
A linha infantil João e Maria, lançada oficialmente no evento, amplia o portfólio da Cimed na categoria de cuidados infantis. Melimetric, voltada para o mercado de estética, também faz parte da estratégia de crescimento da companhia, com produtos importados da Coreia do Sul vendidos exclusivamente a profissionais da área.
Além disso, a Cimed está se preparando para entrar na disputa pelos análogos do Ozempic, medicamento para diabetes e emagrecimento cuja patente cai em 2026. A empresa já está fechando parcerias internacionais para viabilizar um produto competitivo assim que a regulamentação permitir. “Vai ser a guerra de quem chega primeiro. Quem sabe vem aí a caneta amarela?”, provocou Adibe.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame