A tradição familiar na produção de sorvetes inspirou Rafael Borges de Jesus, 38 anos, a criar seu próprio negócio em 2017. Assim nasceu a Duo Gelatto, que instalou sua fábrica em Goiânia (GO) e logo precisou buscar estratégias para se destacar em um setor altamente competitivo. Segundo a Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete), o mercado conta com mais de 11 mil negócios e movimenta mais de R$ 14 bilhões por ano no Brasil.
Diante desse cenário promissor, Borges de Jesus ganhou um parceiro em 2022: o empresário Anderson Pacheco, 43 anos, que adquiriu metade da operação. A partir dessa sociedade, o empreendimento passou por uma reestruturação, adotou o modelo de franquias e, mesmo após um incêndio que resultou em um prejuízo estimado em R$ 500 mil, conseguiu ampliar o faturamento da fábrica de R$ 100 mil para R$ 1,3 milhão por mês. Atualmente, a rede soma 24 unidades franqueadas, responsáveis por um faturamento mensal conjunto de R$ 2 milhões, além de presença em mais de 300 pontos de venda.
O negócio também estruturou um formato diferenciado para suas lojas, apostando em um portfólio amplo de 138 produtos, divididos entre sorvetes self-service e em potes, açaís e picolés. Além disso, os espaços foram planejados para proporcionar uma experiência envolvente ao consumidor. Em 2023, o modelo de franquias foi oficialmente lançado.
Com investimento inicial de R$ 250 mil e previsão de retorno em até 15 meses, as unidades franqueadas possuem áreas de até 400 m², com mais de 100 assentos, espaços pet friendly e ambientes instagramáveis. “Nosso foco é a satisfação dos clientes e a sintonia com as tendências do varejo”, afirma Pacheco em entrevista à PEGN.
Superação de desafios
Há cerca de um ano e meio, quando a empresa atingia 10 lojas em operação, um incêndio atingiu um dos galpões de armazenamento, afetando a maior câmara fria, escritórios e um caminhão. O incidente, causado por uma falha elétrica, gerou um prejuízo expressivo de aproximadamente R$ 500 mil.
“Investimos mais R$ 300 mil na recuperação da fábrica e, em apenas dois meses, conseguimos retomar as operações. Foi inspirador ver a colaboração das marcas locais para nos ajudar na reconstrução. A solidariedade fez a diferença”, relata Pacheco. Segundo ele, concorrentes da região emprestaram caminhões para garantir a distribuição das mercadorias não afetadas pelo fogo, permitindo que a operação fosse mantida até a reestruturação do espaço.
Atualmente, a fábrica tem capacidade para abastecer até 100 unidades. Após consolidar sua presença na região Centro-Oeste, a rede inicia sua expansão para outras localidades, com lojas já comercializadas no interior de São Paulo e em Palmas, no Tocantins. Mesmo com essa ampliação, o crescimento será planejado, priorizando grandes cidades que ainda carecem desse tipo de serviço.
A produção mensal gira em torno de 80 toneladas de sorvete, 30 toneladas de açaí e 20 toneladas de picolé, atendendo mais de 1 milhão de clientes ao ano. A projeção para 2025 é encerrar o ano com 66 unidades em operação.
Texto adaptado para o Portal Foodbiz a partir de informações publicadas por PEGN