FoodBiz

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Food trucks ganham espaço no mercado de foodservice

freepik

Com estrutura mais enxuta, investimento inicial reduzido e operação flexível, os food trucks têm conquistado um espaço relevante no cenário da alimentação fora do lar no Brasil. A proposta itinerante, que alia agilidade, criatividade e contato direto com o público, surge como uma alternativa viável diante dos altos custos de manutenção de pontos fixos, especialmente nos grandes centros urbanos.

Além da praticidade, esse modelo de negócio permite explorar diferentes localidades e públicos, testando produtos em tempo real e aproveitando a visibilidade de eventos, feiras e festivais gastronômicos. Em sintonia com mudanças nos hábitos de consumo — cada vez mais voltados a experiências e formatos flexíveis de alimentação — os food trucks se consolidam como uma opção estratégica no setor.

Marca sobre rodas: quando o truck vira identidade

Iniciativas como a do Extraordinário Food Truck, em Minas Gerais, e do Cozinha dos Fundos, em Mato Grosso, mostram como a mobilidade pode se transformar em diferencial competitivo. No comando do Extraordinário, Glayber Ferreira percorre dezenas de cidades com um cardápio de hambúrgueres artesanais que se adapta conforme o perfil de cada evento. “A concorrência aumentou bastante, mas isso nos estimula a manter a excelência. As redes sociais e o boca a boca são fundamentais para atrair novos clientes”, afirma.

Em Cuiabá, o chef Márcio Augusto Patrício integra o Cozinha dos Fundos ao restaurante fixo desde 2015. O food truck funciona como extensão da cozinha principal, com foco na finalização dos pratos. “Isso garante mais agilidade e padrão de qualidade”, explica o empreendedor.

Nesses exemplos, o truck vai além de um simples ponto de venda: ele se torna peça-chave da identidade do negócio, ampliando a presença da marca e aproximando o consumidor da proposta gastronômica.

Facilidade no início, mas com exigência de gestão

Apesar da estrutura mais enxuta e do custo inicial relativamente mais baixo, operar um food truck com sucesso requer preparo e gestão eficiente. Cardápios simplificados e equipes reduzidas ajudam a conter os custos, mas a operação exige controle rigoroso de insumos, planejamento logístico e capacidade de adaptação a diferentes contextos.

Para José Eduardo Camargo, líder de conteúdo e inteligência da Abrasel, a principal vantagem do modelo está na flexibilidade. “É possível testar cardápios, rotas e perfis de público com mais rapidez e menor risco financeiro. Mas o formato exige versatilidade e domínio da gestão. O empreendedor precisa estar pronto para lidar com fatores externos, como o clima, sazonalidade e falhas técnicas”, destaca.

George Rodrigues, do My Burger Brasil, em Recife, chama atenção para outro ponto sensível: infraestrutura. “A oferta de energia e água nem sempre é adequada. Isso impacta diretamente na limpeza e segurança dos alimentos, o que é essencial para manter a operação ativa e confiável”, ressalta.

Experiência direta que fideliza

O contato mais próximo com o cliente também se traduz em diferencial competitivo. A informalidade e a presença em espaços diversos criam uma experiência única de consumo. “Há um valor simbólico nessa interação. O cliente que encontra o truck na rua ou em um evento sente-se parte da história do negócio. Muitos passam a seguir nas redes sociais, acompanham a agenda e voltam a consumir”, completa Camargo.

Nesse formato, a conexão vai além do produto: envolve presença, escuta ativa e construção de comunidade em torno da proposta gastronômica. Uma receita que, bem conduzida, pode transformar mobilidade em identidade — e o asfalto em vitrine.


Fonte: bs9

Compartilhar