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Graviola: a startup que quer ser o “banco do hortifrúti”

Fundadores Graviola

O setor de agronegócio no Brasil tem ganhado um novo impulso com o surgimento de foodtechs — startups que unem tecnologia e alimentação para resolver desafios da cadeia de produção e consumo. Entre empresas como Food To Save, Raízs e Liv Up, que atendem diretamente o consumidor final, uma nova iniciativa se destaca por mirar um outro elo da cadeia: o varejo.

A Graviola, nova startup do setor, desenvolveu uma plataforma que conecta supermercados e distribuidores a fornecedores de frutas, legumes e verduras (FLV). Utilizando uma tecnologia simples, que também funciona via WhatsApp, a empresa busca facilitar as cotações e o fechamento de pedidos de maneira mais rápida, inteligente e eficiente.

Com esse modelo de negócio, a Graviola acaba de receber um aporte de até R$ 45 milhões da SRM Ventures, fundo de venture capital da gestora SRM Asset. A missão? Tornar-se o primeiro “banco do hortifrúti” no Brasil, oferecendo crédito para pequenos e médios fornecedores que sofrem com longos prazos de pagamento.

Como surgiu a Graviola?

A ideia veio de Gabriel Shammah, ex-diretor de projetos da Mercado Diferente, uma startup que entregava “frutas feias” por assinatura. Ao trabalhar no setor, Shammah percebeu que as negociações entre varejistas e fornecedores ainda eram feitas, em sua maioria, pelo WhatsApp, de forma manual e ineficiente. Era comum que equipes de compras tivessem que trocar centenas de mensagens e atualizar planilhas constantemente para garantir os produtos necessários.

Foi então que, ao lado do engenheiro Allan Goldberg, ele decidiu criar a Graviola, oferecendo uma plataforma que automatiza esse processo. Hoje, com apenas três cliques, o comprador pode solicitar uma cotação, e a inteligência artificial da startup sugere as melhores ofertas com base no histórico e nos preços praticados.

Impacto direto no dia a dia do mercado

De acordo com Shammah, a solução da Graviola já aumentou em 30% a eficiência das equipes de compras e ajudou a reduzir em até 15% os custos com insumos. A empresa já reúne 450 fornecedores cadastrados e movimentou R$ 11 milhões em transações desde 2024.

O plano com o novo investimento é ousado: oferecer mais de R$ 100 milhões em crédito até 2026, com foco na antecipação de recebíveis — ou seja, permitir que os fornecedores recebam em até 24 horas o valor das vendas que normalmente só cairiam em 45 a 90 dias.

O plano da SRM Ventures para escalar a ideia

Segundo André Szapiro, líder da SRM Ventures, a Graviola se encaixa perfeitamente na tese do fundo, que prioriza fintechs de nicho com alto potencial de transformação. A ideia é, no futuro, criar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) exclusivo para a startup, garantindo autonomia e escala na oferta de crédito.

Esse processo pode levar até 10 anos, mas já foi testado com sucesso em outras startups do portfólio da SRM, como a fintech Juvo. Enquanto isso, o investimento atual servirá para impulsionar a operação, escalar o atendimento e construir um histórico sólido de dados.

Com um modelo que une tecnologia, crédito e experiência otimizada, a Graviola aposta na inovação para transformar a forma como o hortifrúti é comprado e financiado no Brasil — e pode estar só começando.

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