Em 2016, ano de abertura da primeira loja da marca maranhense Diverno Gelato na capital São Luís, o mercado de gelatos ainda não estava consolidado no país, principalmente no Maranhão. No entanto, a aposta da empresa — uma das pioneiras desse setor no estado — superou até as previsões mais otimistas devido ao forte investimento na qualidade dos produtos e no bom atendimento, e a um conjunto de ações para fortalecer e expandir a marca. A estratégia deu tão certo que a sétima unidade da empresa entrará em funcionamento em breve.
Todavia, o começo foi marcado pelo questionamento de como um modelo de negócio focado no consumo dentro do ponto de venda se desenvolveria em uma cidade onde, à época, o gelato ainda era desconhecido por grande parte das pessoas e não era comum sair de casa somente para tomar sorvete. Naquele momento, também foi desafiador o elevado custo transacional dos produtos, cuja preparação requer equipamentos e matéria-prima importados.
O cenário ficou mais favorável nos anos seguintes. O setor de gelatos em todo o país foi amadurecendo, o que ocasionou o aumento no número de fornecedores, contribuindo para a redução das despesas operacionais. Na capital maranhense, o produto foi se popularizando, e as lojas e quiosques da Diverno se tornaram locais onde as pessoas se reúnem com regularidade. Esse novo hábito, que alavancou o consumo de gelatos na cidade, foi resultado de uma série de decisões acertadas.
A comunicação das lojas e das redes sociais da marca foi remodelada poucos meses após o início das atividades. Copos, placas, fachadas, mobiliário, identidade visual das redes e interação virtual com os clientes foram reformulados para gerar maior identificação com público-alvo do negócio: as classes A e B. A expectativa era que a ação de branding produzisse um discreto e gradual crescimento nas vendas, mas o resultado surpreendeu. Em apenas dois meses, a empresa atingiu o resultado projetado para um ano, com incremento de 30% no faturamento.
Além disso, durante os quase nove anos de existência da gelateria, houve oferta frequente de treinamentos às equipes, aperfeiçoamento constante dos processos de produção, estudos sobre novas matérias-primas e apresentação de novos sabores aos clientes, inclusive oferecendo alternativas sem lactose, sem açúcar e veganas. Juntas, todas essas iniciativas fizeram com que a marca alcançasse mais notoriedade, atraindo não somente o seu público-alvo, como também outros perfis de clientes que também percebem valor na experiência proporcionada pela Diverno.
Os consumidores estão mais exigentes. Por isso, negócios que não se profissionalizaram estão perdendo espaço para os que investem em pesquisa e desenvolvimento, a fim de manterem-se sempre atualizados; otimizam processos internos para evitar perdas e reduzir custos; e ocupam espaços estratégicos antes que concorrentes o façam, visando ampliar a presença da marca e conquistar novos clientes. Atentando-se a esses aspectos, é possível construir uma empresa próspera mesmo em um setor cheio de incertezas, e transformar em oportunidade de bons negócios um mercado para o qual poucos estão olhando.
Rodrigo Chaves Lima, administrador e fundador da empresa maranhense Diverno Gelato
Fonte: Juliana Vieira